Criança morre e acusada é presa

Marcelo Arruda Silva, 10, atropelado no interior de sua residência no bairro Jardim Padre Paulo, em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá), não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã de ontem, em Cuiabá. Na noite de quinta-feira ele teve morte cerebral mas somente às 11h do dia seguinte a mãe, Lúcia Helena de Arruda, autorizou o desligamento dos aparelhos. Sandra Gisele Tomaz, condutora do veículo que causou o acidente, foi presa na tarde de ontem. A prisão pedida pelo delegado Rogers Elisandro Jarbas e decretada pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Carlos Roberto dos Santos.

Marcelo, que hoje completaria 11 anos, foi atropelado dentro de casa na tarde do último sábado por um carro desgovernado. A motorista não tem habilitação e, segundo testemunhas, estava em visível estado de embriaguez.

Em alta velocidade, o carro arrancou o padrão de energia elétrica, derrubou uma parede e atingiu o garoto que estava sentado, no batente, fazendo uma pipa. Com o impacto, ele teve as duas pernas esmagadas e que tiveram que ser amputadas.

Testemunhas e familiares afirmam que no interior do veículo havia algumas latinhas de cerveja que teriam sido retiradas por policiais que chegaram ao local antes do Corpo de Bombeiros.

O acidente provocou a revolta da população, devido a uma série de procedimentos anormais. Esposa do policial militar Abel de Souza Cebalho, lotado na Companhia de Polícia Ambiental, antes de fugir do local, Sandra Tomaz teria ignorado a gravidade da situação, afirmando que era esposa de um policial e que ele resolveria tudo. Em seguida, teria ligado para o marido que compareceu ao local. Conforme familiares, ele teria aberto o carro, retirado algumas latinhas de cerveja e autorizado a retirada do veículo do local, sem a realização da perícia.

Sofrimento - Marcelo vinha sofrendo muito desde o acidente. Durante os dias em que esteve internado ele foi submetido a vários procedimentos cirúrgicos. Os membros precisaram ser amputados e o fêmur, do lado direito e esquerdo, também foi fraturado e estava com suportes externos. Um boletim médico, divulgado esta semana, apontava que o paciente respirava por aparelhos e apresenta insuficiência renal em grande proporção. Isto fez com que passasse por sessões de hemodiálise.

Marcelo apresentou ainda disfunção hepática e grave distúrbio de coagulação, o que causou a necessidade de transfusões constantes de plaquetas e sangue.

Somente às 17h de ontem o corpo de Marcelo Arruda foi liberado do IML em Cuiabá e a previsão era de que chegaria em Cáceres por volta das 21h. O velório acontece na residência da família. O sepultamento ainda não tem horário definido.