Governador determina prisão de bombeiros que invadiram quartel
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), determinou a prisão de todos os bombeiros manifestantes em campanha salarial que invadiram na manhã deste sábado quartel central do Corpo de Bombeiros, no centro da cidade, ocupado desde sexta-feira (4) à noite.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, a quem os bombeiros são subordinados, os manifestantes seriam presos por invasão de órgão público, agressão a oficial e desobediência à conduta militar. No entanto, o comandante da PM, coronel Mario Sergio Duarte, informou que as prisões seriam analisadas caso a caso.
Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram hoje, às 6h, o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Não há informações de feridos.
Por volta das 8h, imagens da TV Globo mostravam bombeiros saindo do quartel em ônibus.
Ontem à noite o quartel havia sido invadido por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --havia até mesmo crianças no grupo. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.
O local foi invadido pelos fundos, por onde foram jogadas as bombas de efeito moral. Pouco depois os policiais do Batalhão de Choque entraram, ultrapassando uma barreira de carros dos bombeiros que haviam sido arrumados nas entradas do local pelos manifestantes para impedir a entrada da PM.
O porta-voz dos bombeiros havia dito que os militares ficariam no local até ter suas reivindicações atendidas. "Já estão dizendo que a polícia vai entrar e dar o primeiro tiro, mas nosso movimento é de paz. Queremos apenas um salário digno", disse o cabo Benevenuto Daciolo mais cedo.
MELHORES SALÁRIOS
Há cerca de um mês os bombeiros estão em campanha salarial. Eles reivindicam um aumento de R$ 950 para R$ 2.000, além de melhorias em suas condições de trabalho.
Durante a tarde de sexta os manifestantes haviam se reunido e feito um protesto em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), no centro do Rio.
Ônibus com bombeiros de várias cidades chegaram ao loca durante o dia, aumentando o número de manifestantes. Por volta das 18h, o grupo saiu em caminhada pelas ruas do centro, até chegar ao quartel central.
Lá, os manifestantes abriram os portões de ferro e entraram, ocupando o pátio interno da instituição.
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