Novo "X-Men" explora angústia de quem é diferente e sozinho
Talvez você sonhe em voar, ser invisível ou ter força descomunal. Alguns dos jovens de "X-Men: Primeira Classe", por outro lado, queriam mesmo é ser "normais".
O filme, que estreia nesta sexta-feira, conta histórias antigas da trupe de mutantes que podem desde controlar metais a ler mentes ""e mostra como pode ser difícil ser diferente das outras pessoas.
Você tem todo o direito de não se interessar por super-heróis ou por situações irreais em que um homem ergue um submarino com a mente. Mas o xis da questão em HQs como "X-Men" e em livros como "Frankenstein" e "O Médico e o Monstro" (citados no filme) não é a fantasia em si. Afinal, são obras que falam, também, sobre preconceito. Assim, a jornada de Mística culmina em aceitar a si mesma. Ela é azul e escamosa, mas poderia ser gorda, baixinha ou ter cabelo crespo. Pensem em como seria ir à escola, nesses casos todos.
"Sou mutante com orgulho", ela conclui, em determinado trecho do filme.
Como o orgulho gay ou o orgulho nerd. Porque são, de novo, situações de diferença. "Você não está sozinho", diz o Professor X para aliviar a angústia de Magneto.
Ser mutante é um pouco como ser gay. O feioso Fera diz, por exemplo, que nunca contou que era mutante porque nunca lhe perguntaram. O tal "Don"t ask, don"t tell".
É claro que você não precisa pensar em nada disso, durante o filme. Há outras distrações, entre efeitos especiais convincentes e cenas de ação bem coreografadas.
E, se você cresceu assistindo ao desenho ou lendo os gibis, que tal ver o Professor X antes de ele perder o cabelo e o movimento das pernas, enquanto xaveca menininhas e bebe cerveja no funil?
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