Suspeita de fantasmas motivou Justiça autorizar busca e apreensão
Polícia apreende documentos na Câmara de Várzea Grande
Trinta caixas de documentos referentes à folha de pagamentos e quantidade de servidores foram apreendidos pela Polícia Civil na Câmara Municipal de Várzea Grande diante da existência de servidores fantasmas.
Ou seja, aqueles que recebem altos salários vindos dos cofres públicos, mas, não comparecem diariamente para trabalhar. O procedimento autorizado pela Justiça ocorreu na manhã desta quinta-feira (2).
Conforme o delegado Rogério Modelli, a busca e apreensão de documentos foi autorizada diante da resistência do Legislativo em conceder informações ao Ministério Público Estadual (MPE) que mantém investigações a respeito da existência de fantasmas na folha de pagamento desde 2010.
"A promotoria de Várzea Grande mantém 3 inquéritos em relação à denúncia de servidores fantasmas e um procedimento criminal conduzido pela promotora Ana Cristina Bardusco. Diante das dificuldades em obter informações, a Justiça autorizou a Polícia Civil apreender documentos".
A documentação apreendida se refere as folhas de pagamentos e cadastro de servidores no período de 2004 a 2011 e a investigação tenta descobrir quem são os responsáveis pelas irregularidades.
"O principal foco é o crime de peculato (apropriação indevida de dinheiro público) por meio de artifícios criminosos. Isso podemos descobrir com análise dos holerites e documentação apreendida".
Até o momento, o Ministério Público já identificou a existência de 4 servidores fantasmas, porém, ainda não tem detalhado qual o valor do prejuízo aos cofres públicos. "Essas informações ainda não soubemos em detalhes e seria leviano especular", comentou o delegado Rogério Modelli.
Uma entrevista coletiva com representantes da Polícia Civil e Ministério Público deve ocorrer na tarde desta quinta-feira.
Outro lado
O presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, vereador João Madureira (PSC), rechaçou a suspeita de servidores fantasmas abrigados na sede do Legislativo em sua gestão.
"Não há este problema com os vereadores. Posso falar pela minha gestão e não pelas passadas, enquanto presidente da Câmara de Várzea Grande nunca autorizei a nomeação de servidor fantasma", declarou.
Madureira ainda se comprometeu em auxiliar as autoridades nas investigações e negou também que sua gestão tenha oferecido resistência aos pedidos do Ministério Público.
"A porta do Legislativo está aberta para a imprensa, Polícia Civil e aos promotores de Justiça. Não me recuso a passar nenhuma informação. Enquanto assumi a prefeitura, houve pedidos de documentos que não foram passados pelos vereadores, mas, isso não é culpa minha".
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