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Copa 2014
Quarta - 01 de Junho de 2011 às 22:08
Por: Neusa Baptista

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O coordenador nacional da “Campanha pelo Trabalho Decente para a Copa do Mundo Fifa no Brasil, até 2014 e além”, Maurício Rombaldi , acaba de visitar as obras da Arena Pantanal, no Verdão, em Cuiabá. Rombaldi é coordenador do Mercosul da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação que representa cerca de 2 milhões de trabalhadores em 130 países. A instituição está visitando todas as 12 cidades-sede para estabelecer uma interlocução entre os entes envolvidos nas obras, com o fim de aumentar a participação dos sindicatos laborais e assim garantir melhores condições de trabalho para os operários das obras.

Na visita, Rombaldi foi acompanhado do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), Joaquim Santana, e do presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso (FETIEMT), Ronei de Lima. A obra, que hoje conta com cerca de 400 trabalhadores, deve empregar entre 800 e mil pessoas entre outubro e novembro. A visita foi acompanhada pelo engenheiro da Agecopa, Marcelo Oliveira, o Marcelo “Padeiro”. No momento, estão sendo feitos os trabalhos de complementação de drenagem, montagem de superestrutura, produção de pré-moldados e terraplanagem, entre outros.

A visita às obras foi combinada na tarde de ontem (31) durante reunião dos sindicalistas com o diretor de gestão e planejamento da Agecopa, Yênes Magalhães, onde eles mostraram a necessidade da criação de uma Câmara Temática para discutir questões trabalhistas, um espaço que não existe em nenhum dos órgãos gestores das obras da Copa das cidades-sede. E também reivindicaram mais abertura para que as entidades sindicais possam acompanhar as condições dos trabalhadores nos canteiros de obras e o cumprimento da legislação trabalhista; também pediram informações sobre as condições de trabalho dos presos em regime semi-aberto que atuam na obra do Verdão. Ao todo, oito detentos e 25 egressos de trabalho escravo trabalham na construção da Arena Pantanal.

Magalhães garantiu que as solicitações serão repassadas ao presidente da Agecopa, Éder Morais, e falou sobre o interesse da Agecopa em cuidar da questão social dos trabalhadores, explicando que este é um dos itens que constam nos processos licitatórios.
Agenda

A campanha pelo trabalho decente na Copa foi lançada nesta terça (31) na Câmara Municipal de Cuiabá e logo depois apresentada a lideranças sindicais e trabalhadores do setor da construção civil representados através de seus delegados. Na tarde de ontem, foi realizada reunião foi com a diretoria da Agecopa. O objetivo da agenda de reuniões é criar canais de interlocução entre Governo, empresas, entidades sindicais e a FIFA e a CBF para garantir o cumprimento das exigências da Organização Internacional Trabalho (OIT) quanto ao trabalho decente, e que os investimentos se revertam em melhorias sociais para a população das cidades-sede. Para os trabalhadores, é cobrado investimento em qualificação para evitar o desemprego após o término das obras, e atenção às normas de saúde e segurança no local de trabalho, entre outros itens.

A ICM é uma federação sindical global que reúne 328 sindicatos que representam 12 milhões de membros em 130 países, com sede na Suíça e escritórios regionais e de projetos no Panamá e na Malásia, África do Sul, Índia, Burkina Faso, Bósnia Herzegovina, Bulgária Chile, Curaçao, Quênia, Coréia do Sul, Tailândia, Rússia, Peru e Brasil.

Segundo a ICM, as obras da Copa do Mundo de 2014 gerarão cerca de 700 mil empregos e significarão uma injeção de U$ 104 bi na economia nacional, montante que aumentará em 10.6% o PIB Nacional.

Segundo a entidade, a falta de diálogo é o principal desafio a ser vencido.

A ICM visitará os 12 cidades-sede da Copa do Mundo.  A próxima cidade a ser visitada será Brasília, nesta quinta (2). “Esta campanha vai despertar toda a sociedade para a importância de discutir sobre as condições de trabalho. Vamos continuar cobrando exigindo legislação seja cumprida para que os trabalhadores também possam participar da festa da Copa”, opinou Ronei de Lima.





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