Dois anos após golpe que derrubou Zelaya, OEA readmite Honduras
Com apenas um voto contra --do Equador--, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quarta-feira a resolução que reintegra Honduras ao órgão. O país fora suspenso após o golpe que derrubou e forçou o exílio do ex-presidente Manuel Zelaya em junho de 2009.
A resolução, apresentada por, entre outros, o Brasil, foi elaborada após o acordo de Cartagena, que anistiou Zelaya e permitiu sua volta a Honduras.
O acordo de Cartagena não examina consequências legais para os autores do golpe, o que causou polêmica entre organizações civis e complicou a volta do país à organização.
A sessão especial da OEA dedicada ao assunto começou com atraso de mais de duas horas. Diplomatas no local afirmaram à imprensa que houve reuniões emergenciais pela manhã devido a uma tentativa de última hora da Venezuela de incluir a possibilidade de julgar os golpistas na resolução.
A tentativa não vingou, e a Venezuela, que ajudou a costurar o acordo de Cartagena, acabou votando a favor da resolução, ainda que "com ressalvas".
Já a representante do Equador na OEA, Maria Isabel Salvador, não cedeu afirmou que a contrariedade era uma questão de princípios. "[Antes da reintegração], cabe perguntar qual a situação dos direitos humanos e da impunidade dos que executaram o golpe", disse.
"Democracia, estado de direito, devido processo não podem ser apenas palavras. Por isso nao podemos concordar com os demais Estados-membros."
O Equador é o único país que defendia publicamente o julgamento dos golpistas. Na semana passada, tentou evitar a reunião excepcional de hoje.
A OEA, que condenou duramente a derrubada de Zelaya, pretendia reintegrar o país por aclamação, mas acabou se contentando com uma votação simples.
Eram necessários dois terços dos votos para aprovar a resolução, o que foi facilmente alcançado.
Até Zelaya, que voltou a Honduras no último sábado, era a favor da reintegração. Para ele, não é necessário resolver todos os problemas pós-golpe com uma única resolução
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