Tratamento contra bactéria E.coli é motivo de divergência
Infectologistas brasileiros ouvidos pela Folha divergem quanto à evolução e ao tratamento da doença que já causou 16 mortes na Europa.
Uma das versões defendidas é de que a bactéria E.coli se aloja no intestino, de onde produz uma toxina que pode afetar a coagulação e o rim.
Outra interpretação diz que o micro-organismo entra na corrente sanguínea, causando problemas de circulação para depois prejudicar as funções renais.
O tratamento do quadro por antibióticos também é motivo de divergências. Alguns médicos defendem que esse tipo de medicamento não é eficaz e pode piorar o quadro dos pacientes.
Diarreia, enjoo, febre e dores abdominais são os principais sintomas apontados. Segundo David Uip, infectologista do Hospital Emílio Ribas, 90% dos casos de contaminação pela E.coli notificados não desenvolvem as complicações mais sérias, que são a hemorragia intestinal, a alteração na coagulação e a insuficiência renal.
TRANSMISSÃO
A falta de cuidado no preparo dos alimentos é indicada como uma das causas das contaminações. "É preciso que haja um controle rígido da contaminação fecal dos alimentos. Os pontos críticos são o cultivo dos produtos e a higienização", diz Jorge Sampaio, médico responsável pela microbiologia do laboratório Fleury.
A bactéria ingressa no corpo por produtos mal cozidos e mal lavados ou devido a água contaminada e falta de higienização adequada das mãos. Por isso, legumes em conserva não são perigosos.
Apesar de nenhum dos especialistas acreditar em um surto global da doença, algumas medidas preventivas foram indicadas.
As principais são a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, o cozimento dos alimentos para matar as bactérias e o tratamento da água.
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