Por iniciativa do presidente Valdis Zatlers, a Letônia convocou nesta segunda-feira um plebiscito para 23 de julho para decidir se dissolve ou não o Seima (Legislativo), salpicado nas últimas semanas por várias denúncias de corrupção.
Como detalha a comissão eleitoral central, na cédula será feita aos letãos a seguinte pergunta: "O senhor é a favor da dissolução do Seima?", publica a agência "Baltic News Service".
A vitória na consulta popular, que será considerada válida independentemente do número de participantes, corresponderá à resposta (a favor ou contra) que receber mais votos.
Se os letãos apoiarem o "sim" a dissolução parlamentar, a Constituição exige eleições no prazo de dois meses, mas se o vencedor for o "não", o presidente deverá apresentar sua renúncia irrevogável.
Zatlers iniciou no sábado o processo de dissolução do Parlamento letão por considerar que este traiu a confiança depositada pelos eleitores no pleito parlamentar de outubro.
A gota d""água foi a recusa do Parlamento em colaborar com o departamento de luta contra a corrupção que pediu autorização para registrar o domicílio do deputado e magnata, Ainars Slesers, suspeito de corrupção.
"O principal objetivo era desfazer-se daqueles políticos causadores da desconfiança do povo. Isto não ocorreu. O Seima não respeita a Justiça. Infelizmente, não é a primeira vez", assinalou Zatlers.
Conforme o líder letão, o "Seima sente-se bem em uma atmosfera de mentira" e um Parlamento que permite aos oligarcas roubarem comodamente não merece a confiança do povo que acaba de superar uma profunda crise econômica na qual o desemprego alcançou 20%.
Pelas pesquisas recentes, os letãos apoiarão a dissolução do Parlamento proposta pelo presidente pela primeira vez desde a independência da União Soviética, em 1991.
Zatlers, cujo primeiro mandato de quatro anos está prestes a concluir, reconheceu que ao convocar o plebiscito poderia arruinar suas opções de reeleição em 2 de junho pelo Parlamento.
Apesar da convocação da consulta sobre sua dissolução, o legislativo tem a intenção de continuar com seus planos de eleger um novo presidente, ao que também concorre o ex-primeiro-ministro, Andris Berzins.
Comentários