Suspensa, ex-senadora diz que grupo de Abicalil é "frustrado" e nunca ganhou eleição
Serys diz que suspensão é "autoritarismo fascista"
A ex-senadora Serys Slhessarenko (PT) comparou a decisão da Executiva Estadual do partido, que suspendeu seus direitos políticos por um ano, a um "autoritarismo fascista". A votação foi realizada ontem (29) e, a princípio, tinha como objetivo a expulsão da ex-parlamentar.
Em entrevista à Rádio Cidade, nesta segunda-feira (30), Serys afirmou que o sentimento que tem prevalecido é o de tristeza pela atitude do diretório em relação a ela, ao vereador Lúdio Cabral e à ex-deputada estadual Vera Araújo. Os dois petistas também foram julgados e suspensos por infidelidade partidária, rescaldo das eleições de 2010.
"Tenho 23 anos de filiação ao PT e 20 anos de mandato ininterrupto. Durante todo esse tempo, me expus, debati temas importantes e, realmente, agora, o sentimento é de uma tristeza imensa. Esse grupo foi de um autoritarismo fascista. Eles não são donos do partido", afirmou.
Fascismo é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu Governo (1922-1943 e 1943-1945). A palavra "fascismo" deriva de "fascio", nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do Século XIX e começo do Século XX.
Para a ex-senadora, o recurso usado pela cúpula regional do PT, que possui a maioria dos membros ligados ao ex-deputado federal e desafeto de Serys, Carlos Abicalil, foi tomada por "pessoas frustradas e que não conseguem ganhar uma eleição".
"O PT é muito maior que uma ou duas pessoas extremamente frustradas, que não conseguem ganhar uma eleição e precisam passar o trator em cada liderança que possa ameaçar. Sou uma cidadã comum, sem nenhum cargo no momento. Eles estão com medo do quê?", indagou.
Aa suspensão de Serys e Lúdio, que vem afirmando desde o início do que não seria candidato à reeleição da Câmara Municipal, tolhe a possibilidade de ambos disputarem ou mesmo apoiarem candidatos em 2012. O vereador, inclusive, havia se colocado à disposição do partido para concorrer à Prefeitura de Cuiabá.
Hoje, Serys também afirmou que há possibilidades de concorrer em 2012, inclusive, como vereadora na Capital. Segundo ela, a esperança é de que o diretório nacional entenda as suspensões como incongruentes e anule o que o diretório regional votou.
"Nós não vamos entregar fácil, é um direito nosso buscar o [Diretório] Nacional. Esse partido não é propriedade desse grupo, de jeito nenhum. Acho bom isso estar acontecendo. Só conhecemos as pessoas quando elas têm poder e eles demonstram o grau de autoritarismo que possuem", disse.
Outros partidos
A respeito de sondagem de outros partidos, Serys Slhessarenko afirmou que na lista de convites já existem 12 siglas dispostas a convidá-la. Ainda assim, a luta está focada em continuar no PT.
"Todos os 12 partidos, de forma muito gentil, me honram muito. Há convites de direções nacionais, estaduais e municipais. Se tem essa aceitação é porque tem credibilidade. É importante que estejamos nessa fileira, mas eu vou continuar trabalhando pelo PT", afirmou a ex-senadora.
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