O governo colombiano afirma que quase sete milhões de hectares de terra foram roubados por grupos armados envolvidos no conflito do país nos últimos 25 anos. O ministro da Agricultura, Juan Camilo Restrepo, disse que centenas de milhares de famílias foram obrigadas a deixar suas terras.
Ele disse que grupos paramilitares, rebeldes e traficantes de drogas usaram de violência e fraude para se apropriar das terras. Em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, Restrepo disse que a apropriação destas terras seria uma "gigantesca tarefa administrativa e judicial".
Lei
O ministro disse que quatro milhões de hectares foram abandonados por proprietários temendo represálias de grupos paramilitares, grupos guerrilheiros ou gangues de traficantes. Outros dois milhões teriam sido extorquidos de seus donos. Restrepo diz ainda que outros 500 mil hectares do governo foram transferidos de mãos por funcionários públicos corruptos.
Ele diz que a maior parte das terras roubadas ainda está com aqueles que as conquistaram por métodos violentos ou seus empregados, mas algumas pessoas também adquiriram propriedades de boa fé, o que complica ainda mais o processo de devolução. Na quarta-feira o Senado colombiano aprovou uma lei para indenizar as vítimas do conflito civil, prevendo também a devolução de terras roubadas.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, classificou a aprovação da lei um momento histórico, mas analistas calculam que deve levar pelo menos uma década para que os donos legítimos recuperem suas terras. Nos últimos meses, grupos armados ilegais tentam sabotar o processo com o assassinato de vários ativistas que defendem o direito de proprietários.
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