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Nacional
Domingo - 29 de Maio de 2011 às 14:45
Por: LIGIA SOTRATTI

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Edson Silva/Folhapress
Sacos de lixo depositados em lixeira em frente ao conjunto habitacional João Rossi, na zona sul de Ribeirão Preto
Sacos de lixo depositados em lixeira em frente ao conjunto habitacional João Rossi, na zona sul de Ribeirão Preto

O volume de lixo produzido por morador em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) é o maior entre as dez cidades mais populosas da região. Cada ribeirão-pretano gera, por mês, cerca de 20,9 quilos de resíduos.

O volume é praticamente o dobro do registrado em Batatais, onde a produção de lixo per capita é de 10,6 quilos por mês -o índice é o mais baixo das dez cidades (além de Ribeirão e Batatais, Franca, São Carlos, Araraquara, Barretos, Sertãozinho, Bebedouro, Matão e Jaboticabal).

O levantamento foi feito pela Folha a partir de dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o professor de engenharia ambiental da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Sorocaba, Sandro Mancini, o volume de lixo produzido cresce conforme o aumento do poder aquisitivo, mas, também, pelo aquecimento da economia da cidade.

"Esses resíduos não são só domiciliares. Em municípios maiores há mais comércios, mais serviços, o que gera um volume maior do que em cidades pequenas", afirmou.

Para o professor José Lázaro Ferraz, coordenador do curso de engenharia ambiental da Uniso (Universidade de Sorocaba), as grandes cidades geram mais lixo porque apresentam um perfil de consumo diferente.

"Quanto maior e mais desenvolvida a cidade, maior a tendência de quantidade de lixo por pessoa por dia", afirmou Ferraz.

Por causa dessa tendência, o volume de lixo per capita de Ribeirão é inferior ao registrado na Grande São Paulo, onde, segundo Ferraz, cada pessoa gera 1,2 kg de lixo por dia, em média. Em Ribeirão, o volume é em torno de 700 gramas.

Nos outros municípios da região, a proporção de lixo per capita também está, quase sempre, atrelada à densidade populacional.

Franca, São Carlos e Araraquara aparecem logo atrás de Ribeirão no ranking por habitante.

Para o professor Mancini, independentemente da posição que a cidade ocupa no ranking de lixo gerado, é preciso mudança no comportamento do consumidor.

"Diminuir não é fácil, todo mundo quer comprar cada vez mais, mas é preciso encaminhar o lixo para reciclagem, ter outra consciência."

Os especialistas também defendem uma gestão de resíduos mais eficaz, com coleta seletiva e encaminhamento adequado do material para reciclagem.

"Os esforços devem começar por uma educação ambiental voltada para a prevenção da geração de resíduos, reutilização e reciclagem", disse Mancini.

ATERROS

Segundo o gerente da Cetesb de Ribeirão, Marcos Artuso, uma coleta seletiva eficiente pode reduzir até 20% do lixo que vai para o aterro.

"É um processo de gestão sustentável. Primeiro começa com a segregação do material em casa e, depois, uma coleta que encaminhe para a reutilização. Com isso, diminui, gradativamente, o volume de lixo", disse.

A queda no volume de lixo destinado aos aterros também colabora para ampliar a vida útil dos locais.

O aterro de Ribeirão, por exemplo, está esgotado desde 2009, após 20 anos em operação. Hoje, todo o lixo vai para um aterro em Guatapará, a 60 km da cidade.

"Com a reciclagem, somente o lixo que realmente tem de ir para o aterro será destinado ao local, o que otimiza o seu uso", disse Artuso.






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