Milhares recebem Zelaya em retorno à Honduras
Milhares de seguidores recepcionaram neste sábado o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que retornou ao seu país quase dois anos após ter sido deposto, vindo da Manágua (Nicarágua).
O retorno de Zelaya é o resultado de pacto selado com o atual presidente, Porfirio Lobo. O trato inclui a anistia do ex-mandatário e apoiadores, abre as portas para que a FNRP se torne um partido e inclui a possibilidade de uma consulta nacional a respeito da convocação de uma Constituinte. O acordo foi mediado por Venezuela e Colômbia e deve ser o passaporte para que o país seja reintegrado à Organização dos Estados Americanos na quarta.
O presidente deposto foi recebido na base aérea da capital Tegucigalpa, aonde beijou o solo e foi agradeceu à "comunidade internacional" e aos presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Honduras (Porfírio Lobo) "por seu esforço em chegar a esse momento".
Nas proximidades do aeroporto Toncontín, na capital, perto da base aérea, os seguidores do ex-presidente celebravam o aterrissagem das aeronaves que trouxeram Zelaya, parte de sua família, amigos e os colaboradores mais próximos.
"Estamos emocionados pelo regresso do ex-presidente. Estivemos aqui para despedir dele quando os golpistas o expulsaram do poder e estamos aqui hoje para recebê-lo", disse Nataniel Robles, de Guasistagua, de Comayagua (parte central do país).
Zelaya foi deposto em 28 de junho de 2009, dia em que seria realizada uma "consulta popular" (declarada ilegal por diferentes órgãos do Estado) para convocar uma Assembleia Constituinte que, segundo seus opositores, o manteria no poder.
Muitos dos participantes portavam bandeiras vermelhas e negras do FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), que agrega os apoiadores de Zelaya, bandeiras de outras agremiações políticos, imagens do guerrilheiro argentino Che Guevara, e cartazes com o nome "Mel", como é conhecido o ex-presidente entre os hondurenhos. Alguns carregavam gorros, sombreiros e camisetas com a imagem do líder deposto.
A segurança foi reforçada na cabeceira da pista de Tocontín por dezenas de policiais armados com bastões, bombas de gás lacrimogêneo e escudos. Parte do tráfego nas proximidades foi desviada para facilitar o acesso dos seguidores de Zelaya. Enquanto esperavam a chegada do ex-presidente, pelo menos 25 desmaiaram por causa do calor sufocante e da falta de água.
Em uma entrevista à rede CNN em espanhol, concedida antes de sua chegada, o ex-presidente afirmou que não tinha planos imediatos de concorrer à presidência. Mas declarou que gostaria de atrair mais investidores para Honduras e fazer uma campanha por uma "assembleia nacional constituinte", para fazer uma constituição e um "novo pacto social"
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