E-books geram otimismo, mas acervo brasileiro é pequeno
Compatíveis com os formatos de livros eletrônicos, os tablets engoliram os leitores dedicados e geram otimismo.
Na última quinta, a Amazon, um dos maiores varejistas do setor nos EUA, anunciou que, desde 1º de abril, vende 105 livros eletrônicos (ou e-books) para cada cem livros impressos.
Segundo a APP (Associação Americana de Publicadores), entre fevereiro de 2010 e fevereiro deste ano, as vendas de e-books triplicaram, atingindo US$ 90 milhões.
O otimismo do setor nos EUA resultou em uma surpreendente participação da Apple na BookExpo America, importante evento da indústria dos livros em Nova York que começou ontem e termina amanhã. Não é comum para a empresa participar de grandes exposições.
No Brasil, porém, a popularização do formato esbarra em um problema: o tamanho do acervo de livros em português. Na Livraria Saraiva, por exemplo, existem 3.500 títulos em português, contra 220 mil estrangeiros.
Para Mauro Widman, coordenador da equipe de e-books da Cultura, três fatores explicam isso: contratos das editoras com escritores que não contemplam modalidades digitais, a reforma ortográfica (todo o acervo teria que ser revisado antes de ser digitalizado) e limitações técnicas nas editoras para produzir o conteúdo digital.
Isso é refletido nas vendas. A Livraria Cultura revela que as vendas de e-books correspondem a menos de 1% do seu faturamento global. A Saraiva diz que, de suas cem lojas, aquela que vende livros eletrônicos ocupa a octogésima posição.
Ainda assim, os tablets são bem vistos. Embora o PC ainda seja a principal plataforma de e-books, as livrarias já percebem um avanço das pranchetas no país.
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