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Quinta - 26 de Maio de 2011 às 09:51

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Galã consagrado, o ator espanhol Antonio Banderas, 50, chegou ao quarto onde concederia a entrevista sozinho, se apresentou (como se fosse preciso), acendeu um cigarro e pediu alguns minutos antes de começar a responder as perguntas.

Simpático e brincalhão, disse que "há uma alegria inata no Brasil". E elogiou muito a mulher brasileira ("A união de raças produz gente muito bonita aqui").

Ele acabou de participar em Cannes (França) do lançamento do filme "La Piel que Habito", que marca o retorno da parceria entre Banderas e o diretor Pedro Almodóvar. Amigos há décadas, eles ficaram mais de 20 anos sem filmar juntos.

Pela primeira vez no Rio, Banderas está no Brasil para lançar The Secret, novo perfume de sua empresa.

A seguir principais trechos da entrevista.

*

Folha - Como foi voltar a filmar com Pedro Almodóvar?
Antonio Banderas - Foi como um nascimento, meu segundo nascimento. É difícil trabalhar com ele, porque exige muito. Para mim, é caminhar num terreno desconhecido, cujo resultado me deixou muito contente.

O que mudou no período em que não trabalharam juntos?
Muita coisa mudou, mas na vida pessoal continuamos muito amigos. No terreno artístico ele se converteu em um diretor mais profundo, mais sério, mais completo quanto ao conteúdo e na forma mais minimalista, quase japonês.
Em minha carreira, nesse tempo, eu interpretei muita coisa, [fiz] filmes de terror, musicais, aventura, ação, filme para crianças. Reconheço que me apetecia me envolver com um cinema mais comprometido, com Woody Allen, Pedro Almodóvar.

Que tal as brasileiras?
Não tive tempo para conhecer muitas mulheres brasileiras porque fiquei em lugares fechados concedendo entrevistas (risos).
Há uma alegria inata neste país. Recordo um filme chamado "Orfeu Negro" (1959) [filme dirigido por Marcel Camus, baseado na peça "Orfeu da Conceição", de Vinicius de Moraes], que falava sobre a morte e ao mesmo tempo havia uma exaltação da alegria exatamente porque a morte é a única certeza.

Qual é a brasileira mais bonita?
A mais bela? É muito difícil porque há muitas mulheres muito belas aqui. A união de raças produz gente muito bonita aqui. A beleza das mulheres daqui não é tradicional. Há mulheres que não têm a beleza dentro das coordenadas, do padrão.
Eu prefiro não intelectualizar, porque senão vou perder esse sabor, prefiro apenas observar e desfrutar.

O que acha do nosso cinema?
O Brasil está crescendo e o cinema vai junto. O trabalho de Walter Salles e Bruno Barreto são legados. Mas creio que o Rio não é uma cidade suficientemente retratada pelo cinema. Há algo muito espetacular aqui que não foi completamente retratado.

Como se envolveu com perfumes e fotografia?
Comecei minha atividade empresarial há 14 anos, mas não sou um vendedor de perfumes, sou um artista. Também me encanta a fotografia e a música.






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