Servidores disseram que eram obrigados a devolver parte dos salários ao ex-presidente
MPE investiga denúncia contra vereador de Primavera

O Ministério Público Estadual, através do promotor de Justiça de Primavera do Leste, Sílvio Rodrigues Alessi Junior, instaurou um procedimento de Inquérito Civil para apurar a denúncia feita por cinco servidores da Câmara Municipal contra o ex-presidente do Poder, vereador Paulo Sobrinho Castanon (PMDB).

Os funcionários, que ocupam cargos comissionados, o acusaram de obrigá-los a lhe repassar parte de seus salários. Segundo a denúncia, o vereador concedia aos servidores uma "função gratificada", que oscilava entre 25% e 40% do salário mensal, e, quando recebiam os contracheques dos salários, devolviam a Castanon parte dessa gratificação.

Em alguns casos, segundo informou à reportagem um servidor que não quis se identificar, todo o valor referente à função gratificada era repassado ao então presidente.

Os servidores denunciantes prestarão esclarecimentos em audiência marcada para o próximo dia 30 de maio.

Caso os fatos sejam comprovados, o ex-presidente poderá sofrer Ação Civil Pública por improbidade administrativa, procedimento adotado quando há indícios de enriquecimento Ilícito, prejuízo ao erário público ou ato atentatório contra os princípios da administração pública, podendo, inclusive, perder o cargo.

Recentemente, o vereador Paulo Sobrinho Castanon foi acusado de superfaturamento na compra de uma câmera fotográfica Sony Cyber Shot, que teria, inclusive, dado baixa no patrimônio por furto, num caso cercado de contradições.

Isso porque, enquanto o vereador afirmou que a câmera foi furtada deu automóvel, na cidade de Cuiabá, o Boletim de Ocorrência registrado à época por uma ex-assessora de Castañon dá conta de que o equipamento teria sido furtado de um armário em sua sala, na Câmara Municipal.

Outro lado

O vereador Castanon foi procurado por três vezes através de seu telefone celular, mas não foi localizado.