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Nacional
Terça - 24 de Maio de 2011 às 14:23

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Na última semana, um vídeo postado pela professora da rede público de Rio Grande do Norte (RN), Amanda Gurgel, no You Tube, chamou a atenção da sociedade e da categoria. O conteúdo é a participação da professora numa audiência pública na Assembleia Legislativa daquele Estado, onde discursou de forma concisa e sistematizada sobre o problema do salário dos trabalhadores e outras questões da Educação.

Mas, o fato maior é que Amanda Gurgel proporcionou, por meio da internet, um efeito extraordinário de pautar os grandes meios de comunicação no Brasil, com um debate que, com toda a mobilização, sindicatos não conseguem fazer. “É necessário fazer uma reflexão sobre a importância deste modelo de comunicação, o das redes sociais, como tática inclusive de vencermos as barreiras a nós impostas pelos meios convencionais”, considera o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira.

Segundo o sindicalista, outro ponto de destaque foi a Blitz da Educação, exibida pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, maior emissora de televisão do país. “Ela divulgou a série de reportagens durante duas semanas com clara intenção de reforçar um discurso recorrente em sua programação de defesa de um projeto conservador de sociedade e de Educação como mercadoria, difundindo o conceito de que o problema da Educação no Brasil não é a falta de recursos, e responsabilizando os profissionais pelo fracasso escolar”, ressalta.

Mais lamentável ainda, de acordo com o sindicalista, foi cotidianamente assistir uma equipe de repórteres acompanhada de um jornalista chamado Gustavo Ioschpe. “Aquele que na revista Veja afirmou que os sindicatos são o problema da Educação no Brasil e conclamou uma ‘caça às bruxas’ às entidades e que foi chamado pela Rede Globo de especialista em Educação”, lembra Gilmar Soares. Como exemplo, ele cita a visita da equipe a uma escola de Novo Hamburgo (RS) com o mais baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “É lamentável que alguém visite a escola por um dia e ao final emita o diagnóstico de que os profissionais da educação se acomodaram diante da situação”.

Condição cotidiana - Para o presidente do Sintep/MT, a veiculação do vídeo da professora Amanda Gurgel é fundamental, pois representa um instrumento essencial para a contraposição do monopólio da mídia brasileira. “Ela conseguiu furar o bloqueio com uma mensagem de defesa da luta dos educadores que não conseguimos pelos nossos parcos recursos de comunicação na mídia convencional. E ela fez bem esse papel”.  Ele acredita que esse feito deve ser compreendido como condição de luta cotidiana em prol do bem da maioria da população.

“Discursos como o dela há aos milhares, todos os dias. Afinal, é alto o preço que os educadores pagam quando são expostos às péssimas condições de trabalho e salário neste país. Não faltarão aqueles que virão agora sorrateiramente dizer que salário não resolve o problema da Educação. Com certeza, somente salário não resolverá”, frisa Gilmar Soares. “Mas ele, associado aos elementos de formação inicial e continuada, jornada compatível com a do aluno e com período a ser destinado à preparação e avaliação, associado também à carreira e à Gestão Democrática, são componentes indissociáveis para a superação dos problemas da aprendizagem em nossas escolas públicas no Brasil”, conclui.





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