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Nacional
Terça - 24 de Maio de 2011 às 08:46

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André Muzell
Beatriz Cunha foi presa pela primeira vez em 27 de abril.
Beatriz Cunha foi presa pela primeira vez em 27 de abril.

A falsa psicóloga Beatriz Cunha, de 32 anos, se entregou na Delegacia da Gávea (15ª DP), na zona sul do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira (23). Ela se apresentou com o advogado, que disse que só vai se pronunciar após ter acesso à decisão judicial. 

Na tarde de segunda-feira, o marido dela, Nelson Antunes de Farias Junior, foi preso em um dos apartamentos do casal, na rua Dona Mariana em Botafogo, zona do sul do Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil. A Justiça do Rio decretou nesta segunda (23) a prisão preventiva dos dois, que são acusados de estelionato e crimes contra as relações de consumo. Beatriz ainda responde por falsidade ideológica.

Os policiais também fizeram buscas no apartamento onde o marido de Beatriz foi preso, com o objetivo de colher provas da relação profissional de Nelson com o consultório da mulher.

O juiz Alcides Fonsaca Neto, da 11ª Vara Criminal da Capital, atendeu ao pedido de prisão preventiva do Ministério Público sob a justificativa de que os crimes atribuídos ao casal são graves e suas consequências abalaram a ordem pública.

- Portanto, os injustos culpáveis atribuídos aos dois acusados trouxeram enorme comoção e imensa repercussão no meio social carioca, haja vista que foram diversas as famílias atingidas quando entregaram, por erro, seus filhos, portadores de autismo, aos cuidados da ré, sempre escorada por seu marido, uma vez que propagavam as maravilhas de um tratamento diferenciado para os quais a acusada não estava nem de longe preparada.

Quebra de sigilo bancário e fiscal

No dia 16 de maio, a Justiça do Rio de Janeiro autorizou na segunda-feira (16) a quebra dos sigilos bancário e fiscal, nos últimos cinco anos, e o bloqueio dos bens da falsa psicóloga Beatriz Cunha, de seu marido, Nelson Antunes de Faria Junior, e do Centro de Análise do Comportamento, em Botafogo, na zona sul, onde eram atendidas as crianças autistas.

Na mesma decisão, a juíza Leila Santos Lopes, da 11ª Vara Criminal, também negou o pedido de prisão preventiva dos réus, alegando, entre outras razões, que "não há notícias nos autos de risco à integridade das vítimas ou seus responsáveis legais, tampouco das testemunhas".

A juíza também deferiu um pedido de busca e apreensão de bens, documentos e laudos que estejam armazenados no computador onde funcionava a clínica.

Beatriz estava solta desde o dia 8 de maio

A Justiça concedeu liberdade à falsa psicóloga no dia 8 de maio, um dia após ela ser presa sob a suspeita de tortura. A falsária entrou com pedido de liberdade, que foi aceito pelo plantão Judiciário no fim de semana do dia 7 de maio.

No dia 11 de maio, o MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou a falsária à Justiça e o marido dela, Nelson Antunes de Faria Junior. De acordo com o MP-RJ, ele foi denunciado por estelionato e propaganda enganosa. Beatriz deve responder pelos mesmos crimes e ainda por falsificação de documentos.

Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, titular da Decon (Delegacia do Consumidor), o marido da falsa psicóloga disse que não trabalhava na clínica da mulher e que jamais ouviu falar sobre as práticas de tortura que Beatriz teria praticado.

Doze anos de fraude

Beatriz Cunha foi presa em flagrante no dia 27 de abril durante uma consulta em sua clínica de tratamento especializado em autismo. Ela foi solta depois de três dias. Segundo a Polícia Civil, a falsa psicóloga atuava há 12 anos como uma das principais especialistas da síndrome no país. Ainda de acordo com a polícia, Beatriz cobrava R$ 800 pela primeira consulta e depois a hora custava R$ 90.

A falsária disse à polícia que só cursou dois períodos da faculdade de psicologia. A fraude foi descoberta pelos pais de um paciente, que desconfiaram de Beatriz quando pediram a ela recibos para declarar as despesas no Imposto de Renda.





Fonte: R7

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