O Partido Popular (PP, centro-direita) interpretou nesta segunda-feira sua ampla vitória nas eleições municipais e autônomas do domingo como uma prévia para as gerais, previstas para março de 2012, e afirmou que "a Espanha não pode perder mais um ano".
"Os resultados registrados nos induzem a pensar que a vontade de mudança expressada nas urnas é palpável e tem que ser a antessala das gerais", disse María Dolores de Cospedal, "número dois" do PP, em entrevista coletiva na qual avaliou o processo eleitoral.
Cospedal, que protagonizou uma das grandes vitórias do Partido Popular ao conseguir a maioria absoluta na comunidade autônoma de Castela-La Mancha, um dos principais redutos socialistas, insistiu que "está clara a vontade de mudança em toda Espanha" após as eleições do domingo.
Por esse motivo, sustentou que o "presidente do governo (e líder socialista, José Luis Rodríguez Zapatero) deveria perceber que a Espanha não pode perder mais um ano", em alusão ao período que resta para a realização das eleições gerais, previstas para março de 2012.
Zapatero descartou neste domingo à noite, após reconhecer a derrota eleitoral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), uma possível antecipação dessa disputa, da qual ele não participará, o que obrigará os socialistas a escolherem seu candidato em eleições internas.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de apresentar uma moção de confiança no Parlamento ao governo socialista, a "número dois" do PP disse que seu partido não pensou ainda em "colocar nenhuma questão formal" a respeito.
Alguns dirigentes "populares", incluindo a presidente regional de Madri, Esperanza Aguirre, reivindicaram uma antecipação das eleições gerais após o triunfo eleitoral.
Cospedal destacou os resultados eleitorais de seu partido, "que, com a exceção de Astúrias, ganhou as eleições em todas as comunidades autônomas nas quais houve votação".
No caso de Extremadura, um dos redutos eleitorais tradicionais do PSOE, o PP obteve a vitória, mas não alcançou maioria absoluta, o que significa que os socialistas podem ficar no governo se fizerem um acordo com o Esquerda Unida.
Os conservadores também venceram nas cidades autônomas de Ceuta e Melilla, e em prefeituras que eram "fortes socialistas" como Sevilha e outras capitais da Andaluzia.
No caso de Astúrias, um ex-dirigente de destaque do PP, Francisco Álvarez Cascos, que se apresentou às eleições autônomas com seu recém-criado partido Fórum Astúrias, acabou saindo vitorioso, mas precisará fazer acordos para governar.
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