Revista traz reportagem de capa sobre problemas na execução de obras dos estádios nas 12 subsedes
No ritmo atual, Arena Pantanal ficará pronta em 2017
Maior revista de circulação nacional, a Veja desta semana traz uma reportagem de capa relatando os problemas na construção dos doze estádios que abrigarão os jogos da Copa de 2014. O texto elenca os principais motivos da lentidão das obras e aponta que a Arena Pantanal, em Cuiabá, no ritmo atual de obra, só seria concluído em agosto de 2017.
Segundo a revista, até agora, dos R$ 355 milhões previstos na obra, só foram investidos R$ 48 milhões. "Para ser concluído a tempo, será necessário aumentar a média mensal de gastos em 140%", afirma a reportagem de Veja.
A publicação aponta outros estádios em situação muito pior: as obras de Natal, São Paulo e Curitiba não recebera, até o momento, nenhum centavo de investimento. O estádio do Maracanã, orçado em R$ 957 milhões, por exemplo, só ficará pronto, no ritmo atual, para a Copa de 2038.
Entre as razões do atraso, Veja cita a escolha política das sedes; a falta de fiscalização e cobrança da execução; os projetos malfeitos; a falta de dinheiro e o famoso "corpo mole".
Sobre a escolha política das sedes, a revista diz: "Para agraciar o maior número de compadres, o Comitê Organizador Local convenceu a FIFA a escolher doze cidades-sede para a Copa, quando apenas oito seriam suficientes".
Ninguém cobra
Já em relação à falta de cobrança, Veja ressalta que não existe um órgão com poderes para gerenciar, fiscalizar e cobrar a execução, que estão a cargos de prefeituras, estados, autarquias (caso de Cuiabá) e clubes. "Na África do Sul o governo chamou a si essa responsabilidade. Arcou com 98% dos gastos e controlou todo o cronograma".
A publicação mostra também que, dos R$ 3 bilhões solicitados para obras nos estádios, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) só concordou em emprestar R$ 1,9 bilhão. Destes, apenas R$ 6 milhões foram, de fato, investidos nas obras.
De acordo com a revista, o quadro atual mostra que o Brasil está mais atrasado do que a África do Sul (que abrigou a última Copa) no período equivalente. "Lá, todos os estádios integralmente novos já haviam começado a ser erguidos. As obras aeroportuárias estavam bem encaminhadas, e cidade como Johannesburgo haviam sido transformadas em canteiros de obras a céu aberto", diz Veja.
Apesar de tantos dados negativos, a publicação afirma que é possível se recuperar o tempo perdido. "A questão não pode ser adiada nem mais um dia. Se o ritmo dos investimentos aumentar daqui para a frente, a Copa estará garantida", diz Veja.
O MidiaNews tentou contato com o presidente da Agecopa, Éder Moraes, na noite deste domingo. Ele não atendeu às chamadas feitas em seu celular.
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