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Internacional
Segunda - 23 de Maio de 2011 às 04:40

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Os socialistas espanhóis sofreram neste domingo um duro castigo do eleitorado que deu uma contundente vitória ao conservador Partido Popular (PP) nas eleições municipais e autônomas realizadas sob a influência da crise econômica e consideradas um antecipação das gerais do próximo ano.

Com quase 100% dos votos apurados, o PP tem dez pontos à frente do PSOE nas eleições municipais ao conseguir 37,54% dos votos, contra o 27,80% dos socialistas.

A derrota do governante Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) é histórica porque afeta algum de seus principais redutos, como a Comunidade de Castela-La Mancha, a Prefeitura de Barcelona e as oito capitais da região da Andaluzia, incluindo Sevilha.

O presidente do Governo e líder socialista, José Luis Rodríguez Zapatero, reconheceu abertamente a derrota, que atribuiu à crise econômica que afeta a Espanha há três anos e que lembrou "causou a destruição de dois milhões de postos de trabalho", semeando a incerteza entre a população.

"O PSOE recebeu um castigo nas urnas, assumimos. Não soubemos chegar a muitos de nossos cidadãos", afirmou Zapatero, que no entanto descartou um antecipação das eleições gerais, previstas para março de 2012, porque a prioridade agora é "culminar as reformas" necessárias para superar a crise.

Mas, o vencedor PP, através de Esperanza Aguirre, presidente da Comunidade Autônoma de Madri, onde os populares revalidaram sua maioria absoluta tanto no Parlamento regional como na Prefeitura, pediu esta noite a Zapatero que antecipe as eleições gerais.

A seu lado, na sacada da sede ""popular"" da capital espanhola, Mariano Rajoy, se comprometeu que o PP governará para todos, para quem votou nele ou não, enquanto milhares de simpatizantes de seu partido cantavam "Zapatero, renúncia".

Para o prefeito de Madri, Alberto Ruiz Gallardón, com Rajoy, "o PP conquistou o futuro".

As eleições municipais e autônomas deste domingo deixam um mapa político na Espanha no qual o PP domina as Prefeituras e também a maioria das Comunidades Autônomas.

Os socialistas conservam o Governo da Andaluzia e o País Basco - neste caso com apoio do PP -, onde da mesma forma que na Galícia e Catalunha, aconteceram os pleitos locais mas não os autônomos.

Embora o Partido Popular ganhou as eleições pela primeira vez em Extremadura, outro das grandes fortificações do PSOE, os socialistas poderiam manter o Governo dessa região se pactuarem com o Esquerda Unida.

O triunfo popular teve também seu reflexo em Valência, onde aumentaram sua maioria absoluta em uma cadeira mais, apesar de seu líder nesta região mediterrânea, Francisco Camps, ter tido sua imagem atingida por seu suposto vínculo em uma trama de corrupção.

As eleições trouxeram algumas surpresas como a pujança da coalizão independentista basca Bildu, que ganhou as eleições na província de Guipúzcoa e na Prefeitura de sua capital, San Sebastián, governada até agora por um dos mais veteranos dirigentes socialistas bascos Odón Elorza.

A Bildu é agora a maior força municipal em número de vereadores do País Basco, com 907 vereadores, embora em percentagem de voto seja a segunda, com 25% dos votos, atrás do Partido Nacionalista Basco (PNV).

Esta coalizão, que reúne vários partidos a favor da independência do País Basco, conseguiu entrar também nos municípios da vizinha Navarra depois que o Tribunal Constitucional espanhol autorizou sua presença no pleito, após revisar uma sentença anterior do Tribunal Supremo que a tinha proibido por vinculá-la à organização terrorista ETA.

A grande quantidade de votos do partido de centro Unión, Progreso e Democracia (UPyD) - criado há quatro anos pela ex-eurodeputada socialista Rosa Díez e que se apresentou pela primeira vez às eleições locais - é outra das grandes surpresas da jornada eleitoral ao ficar como quinta força política.

O UPyD, que baseia seu programa na unidade da Espanha, na reforma eleitoral e na recuperação pelo Estado espanhol de algumas das competências cedidas às comunidades autônomas como a Educação, conseguiu entrar com força na Assembleia de Madri e em sua Prefeitura, assim como em outras regiões.

Estas eleições tiveram como cenário os protestos que há uma semana mantêm nas praças das principais cidades espanholas milhares de cidadãos "indignados", principalmente jovens, que reivindicam uma regeneração democrática e uma mudança social e que tinham pedido que não se votasse nos dois grandes partidos, o PP e o PSOE.





Fonte: EFE

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