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Internacional
Domingo - 22 de Maio de 2011 às 11:12

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A Espanha se prepara para eleições regionais neste domingo, em meio a protestos que reúnem milhares de cidadãos queixosos dos altos índices de desemprego e das medidas de austeridade impostas pelo governo.

Os protestos desafiaram uma proibição a manifestações políticas na véspera de eleições.

No pleito, que vai eleger governos e conselhos regionais, as projeções indicam que os candidatos socialistas, aliados do presidente de governo José Luis Rodríguez Zapatero, devem sofrer forte derrota, num momento em que o país enfrenta recessão e cortes de empregos.

Em Madri, organizadores dizem que os protestos, que atraíram cerca de 30 mil pessoas, podem continuar mesmo após a votação.

As manifestações começaram há seis dias na principal praça da capital espanhola, a Puerta del Sol, pela iniciativa de jovens espanhóis, que reclamam do alto desemprego em sua faixa etária. Muitos acamparam no local.

A polícia não entrou em ação para desmobilizar o protesto. Neste sábado, mais pessoas se reuniram ao redor da praça para participar de discussões e debates.

Segundo a agência Efe, os protestos deste sábado reuniram cerca de 60 mil pessoas pela Espanha, em cidades como Barcelona, Valência, Sevilha e Bilbao, além da capital.

Condições de vida

Os manifestantes pedem emprego, melhores condições de vida, um sistema democrático mais justo e mudanças nos planos de austeridade do governo socialista espanhol.

"Eles querem nos deixar sem saúde pública, sem educação pública, metade de nossos jovens está desempregada, eles aumentaram a idade para a aposentadoria também", disse a manifestante Natividad Garcia. "Isso é um ataque contra o pouco estado de bem-estar social que temos".

Outro manifestante diz que se juntou aos protestos por não ter perspectivas de emprego, apesar de ter um diploma.

"As classes políticas devem saber que isso não está certo", disse Inma Moreno, de 25 anos.

Muitos dos participantes traçaram paralelos entre suas ações e os protestos pró-democracia no centro do Cairo, que culminaram com a derrocada do presidente Hosni Mubarak.

Manifestações políticas e comícios são proibidos pela lei espanhola antes de eleições, para permitir que a população tenha um "dia de reflexão".

Alguns manifestantes disseram temer que haja repressão policial, mas o ministro do Interior, Alfredo Perez Rubalcaba, disse que a polícia "não iria resolver um problema criando outro".

A repórter da BBC em Madri Sarah Rainsford disse que houve um momento de silêncio quando a proibição entrou em vigor, à meia-noite, antes de a multidão explodir em gritos, cantos e palmas.

A polícia estava no local, mas não interveio.

O índice de desemprego de 21,3% da Espanha é o maior da União Européia - um número recorde de 4,9 milhões de pessoas estão desempregadas no país, a maioria jovens.

Zapatero disse ter empatia com os manifestantes, ressaltando seus "meios pacíficos".

"Minha obrigação é ouvir, ser sensível, tentar responder através do governo para que possamos recuperar a economia e o emprego o mais rapidamente possível", disse ele à rádio Cadena Ser.






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