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Domingo - 22 de Maio de 2011 às 10:37

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O cantor havaiano Jack Johnson era a última atração de um festival que tinha uma pontualidade rara para shows. Atrasou. Foram só 20 minutos, mas foi a coerente marca de uma estrela pop tão tranquila que acaba contagiando com seu ritmo uma cidade acostumada a sempre correr (quando não está parada no trânsito). "Desacelerem todos, estão indo rápido demais", prega a letra de Brushfire fairytales. E foi como se os paulistanos presentes obedecessem para serem envolvidos em uma atmosfera de calma e bem-estar.

Após dizer boa noite ao público em português, Johnson, 36 anos completos no último dia 18, abriu a apresentação com o sucesso You and your heart, primeiro single de To the sea, quinto álbum de estúdio nos seus cerca de 10 anos de carreira como músico. Sempre com a barba por fazer, uma camisa verde com o desenho de um surfista barbudo e sandálias, Johnson foi a própria imagem da simplicidade. A cada nova música agradecia no idioma local e, como se não fosse suficiente, completava com um quase inaudível "thank you".

A gratidão também era expressa no sorriso que dirigia à plateia a cada sucesso tocado. Ao pegar pela primeira vez o violão para tocar a terceira, Taylor, do disco On and on, mostrou intimidade com o instrumento em um solo que levantou os presentes. "Muito obrigado por estarem aqui nesta noite. É tão bom estar aqui", disse. Ao dizer os nomes da banda inteira, Johnson fez questão de depois se apresentar dizendo que se chama "Jack", para delírio do público feminino presente.

Além das mensagens da música, um telão com motivos naturais (gaivotas, ondas, descampados) motivava ainda mais a uma atitude zen. Talvez o momento em que a "buena onda" de suas músicas de luau tenha chegado ao auge foi a execução de Banana Pancakes. Jack se enrolou com a palheta enquanto fazia uma introdução, uma jam na qual falava frases em português como "oi, bonita" e "linda", e começou a tocar seu sucesso às gargalhadas, fazendo da alegria uma espécie de marca registrada da apresentação.

Jack Johnson ainda tocou um cover de Ramones, a balada I wanna be your boyfriend, que ficou mais açucarada em sua voz. Trouxe ao palco o "grande amigo" G Love, com o qual tocou Rodeo Clowns. Finalmente, cantou a esperada releitura de Jorge Ben, Mais que nada, em dueto com a cantora Vanessa da Mata. O público que lotou a Chácara do Jockey certamente volta para casa na madrugada deste domingo envolvido em uma onda de bem-estar





Fonte: Terra

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