Hillary diz que ditador do Iêmen deve deixar o poder
O presidente iemenita Ali Abdullah Saleh "deve respeitar seu compromisso" e deixar o poder, conforme o plano negociado pelos países da região, declarou neste sábado a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
"O presidente Saleh deve respeitar seu compromisso visando à transferência do poder", indicou Hillary em um comunicado. "O governo do Iêmen deve atender à vontade legítima do povo", acrescentou, referindo-se ao plano apresentado pelas monarquias do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo) estabelecendo a saída de Saleh em um mês.
O plano, elaborado com o auxílio dos Estados Unidos e da União Europeia, prevê a formação por parte da oposição de um governo de reconciliação e a renúncia um mês depois de Saleh, em troca de uma imunidade para o presidente e para seus parentes. Depois da demissão, uma eleição presidencial seria realizada em 60 dias.
"Os Estados Unidos continuarão a apoiar o povo iemenita [...] que trabalha pelo surgimento de um Iêmen unido, estável, democrático e próspero. Continuamos a pedir uma transferência pacífica de poder para que o povo do Iêmen possa um dia realizar suas aspirações", acrescentou.
O presidente Ali Abdullah Saleh havia classificado o plano de "complô" e afirmou que sua saída vai reforçar a Al Qaeda.
A assinatura deste documento já foi adiada em diversas oportunidades, enquanto o Iêmen é sacudido desde janeiro por uma onda de contestação popular ao regime de Saleh, acusado de nepotismo e de corrupção após três décadas no poder. A revolta custou a vida de 180 pessoas, segundo um registro da AFP.
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