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Internacional
Sábado - 21 de Maio de 2011 às 21:13

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Forças de segurança da Síria teriam matado a tiros neste sábado ao menos cinco pessoas que participavam dos funerais de manifestantes mortos sexta-feira na cidade de Homs. Um ativista de direitos humanos disse que outras 12 pessoas ficaram feridas.

Horas antes, grupos de defesa dos direitos civis disseram que tropas do país haviam matado a tiros ao menos 44 pessoas nas manifestações contra o governo de sexta-feira ao redor do país.

O governo sírio, por sua vez, afirma que 17 pessoas foram mortas por gangues armadas nas manifestações do dia anterior. Jornalistas estrangeiros tiveram a entrada proibida no país, o que impede a verificação independente das informações.

Segundo testemunhas, ao menos oito pessoas morreram em Homs na sexta-feira quando as forças de segurança atiraram contra a multidão durante uma manifestação.

Os protestos desta sexta ocorrem um dia depois de o presidente americano, Barack Obama, ter pedido em discurso que o líder sírio, Bashar al Assad, promova a transição à democracia ou "deixe o poder".

A Síria está desde meados de março convulsionada por manifestações pró-democracia, que têm sido reprimidas com dureza pelo regime.

"O governo sírio tem de parar de atirar contra manifestantes e permitir protestos pacíficos", disse Obama na última quinta-feira, em um discurso sobre o Oriente Médio e o norte da África.

Em resposta, Damasco acusou Obama de se meter "em assuntos internos da região, inclusive da Síria", e disse que o discurso do americano estava acirrando os ânimos.

Neste sábado, a Turquia se uniu ao coro internacional de pressão contra o governo de Assad.

"O tempo está acabando", disse o chanceler turco, Ahmet Davutoglu. ""Ainda há uma chance para uma transição estável e pacífica na Síria, (se houver) reformas amplas rapidamente, que satisfaçam as pessoas."

Desde março, mais de 850 pessoas morreram durante as manifestações anti-Assad, relatam grupos de direitos humanos.

"TÁTICAS"

Em Homs, uma testemunha disse à BBC Árabe que os protestos tomaram as ruas logo após as preces de sexta-feira, como tem ocorrido nas últimas semanas.

"A surpresa hoje [sexta] é que as forças de segurança estão recorrendo a diversas táticas para dispersar as pessoas, como atirar contra a multidão e dirigir veículos no meio dos protestos", disse a testemunha.

Na cidade costeira de Baniyas --palco de forte ofensiva de soldados e tanques sírios no início do mês--, uma ONG afirma que os protestos desta sexta foram um dos maiores já registrados no local.

Há relatos de que os manifestantes foram reprimidos com gás lacrimogêneo em cidades como Hama e Maarat al-Numan (norte).

A verificação dos relatos é dificultada pelo fato de a Síria não permitir a entrada de jornalistas no país.

A atual onda de protestos na Síria, inspirada nos levantes pró-democracia que derrubaram os governos de Tunísia e Egito, é considerada o maior desafio ao regime de Assad desde que ele sucedeu seu pai, Hafez al Assad, em 2000.






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