A polícia isolou o motel com uma fita. A irmã da vítima também está no local. O laudo pericial do motel, onde o empresário de 33 anos foi encontrado morto, não revela sinais visíveis de estrangulamento. O laudo contraria a versão da jovem de 18 anos em depoimento à polícia, que confessou ter enforcado o empresário com um cinto.
Verônica alegou que agiu em legítima defesa, após uma tentativa de estupro. Para a delegada Juliana Rattes, da 77ª DP (Icaraí), responsável pelo caso, o laudo aponta para novas linhas de investigação. No entanto, a polícia aguarda a conclusão do laudo cadavérico para identificar a causa da morte. De acordo com a Polícia Civil, ainda não foi descartada a hipótese de envenenamento.
O advogado da jovem afirmou que o empresário teria tomado desinfetante horas antes de sair com sua cliente. Os policiais recolheram, nesta quarta, na casa da acusada, um vidro de um produto de limpeza. O material foi levado para o IML para que seja feito um exame que indique se realmente houve uso da substância.
A delegada também pediu um exame toxicológico da vítima, já que a jovem disse que o empresário seria usuário de drogas. Em depoimento, amigos e parentes do empresário negaram as acusações da estudante.
A Polícia Civil informou também que alguns dos exames pedidos poderão ficar prontos até o final da semana. Outras pessoas que conviviam com a estudante e o empresário serão chamadas para prestar depoimentos.
Mãe foi ouvida
Nesta quarta, a mãe da acusada foi ouvida na 77ª DP (Icaraí). Ela chegou à delegacia com uma máscara hospitalar verde, cobrindo parte do rosto. A polícia não informou o teor do depoimento dela.
"A intenção é preservar a imagem dela. Ela veio prestar depoimento sobre alguns fatos, entre eles sobre a vítima ter tomado desinfetante quando estava na casa dela", disse o advogado de defesa da jovem, Rodolfo Tompson, na manhã de quarta.
Imagens mostram jovem no carro do empresário
Na terça-feira (17), a polícia divulgou as imagens do circuito interno de segurança do motel. O vídeo mostra o carro da vítima entrando no motel, às 2h14 de sábado (14). Segundo a polícia, é um homem quem dirige.
A saída do veículo é registrada quase as 6h30 de domingo (15). De acordo com a delegada Juliana Rattes, dessa vez, quem conduz o carro é a jovem.
Um funcionário do motel disse à polícia que o empresário dirigia o carro na chegada ao local, mas os investigadores ainda não descartaram a participação de uma terceira pessoa no crime. Em seus depoimentos, a jovem afirmou que mantinha um relacionamento com o empresário desde janeiro do ano passado, porém sem relações sexuais.
No entanto, parentes e amigos da vítima contaram à polícia que a jovem disse uma vez que estava grávida e o que o filho seria dele: “Só que o fato foi que posteriormente ela não apareceu grávida, então não se sabe, não há comprovação dessa gravidez. Ela nega que tenha feito aborto em qualquer momento da vida dela”, disse a delegada Juliana Rattes.
A polícia vai fazer no próximo sábado (21) a reconstituição do crime.
“Vai chegar um laudo cadavérico e realmente a gente vai avaliar qual foi a causa da morte. Ela (a jovem) pode ter praticado o homicídio de outra forma ou pode ter sido uma outra causa da morte, o que não impede que ela não responda pelos atos já praticados, quais sejam, a tentativa de homicídio que, então, ela já praticou”, explicou a delegada.
Polícia investiga terceiro envolvido no crime
Uma das hipóteses investigadas é que uma terceira pessoa tenha participado do crime. Durante o segundo depoimento na segunda-feira (16), a jovem revelou que estava namorando um homem do Rio de Janeiro há três meses. A polícia busca mais informações sobre ele.
Para tentar esclarecer alguns pontos, os amigos do empresário foram chamados a depor. Um deles contou como foram os últimos momentos com a vítima. “Ele não tinha tempo de completar o assunto porque ela ligava toda hora para ele, constantemente, perturbando ele e ele não estava satisfeito, não estava à vontade. Isso preocupava a gente, na sexta-feira”, relatou.
O depoimento da jovem durou sete horas. Segundo a polícia, ao falar novamente sobre o assassinato do empresário, ela caiu em várias contradições. “Quando ele empurra ela num primeiro momento, ele teria empurrado ela sobre a mesa. No segundo depoimento, ela narra que foi contra a porta de saída do quarto. São pequenos detalhes que mostram que ela não está muito certa do que ela está falando”, disse a delegada.
Segundo informações da investigação, a jovem, após enforcar o empresário, teria tentado arrastar o corpo dele até a garagem do motel, mas não conseguiu.“Não descartamos essa possibilidade (de uma terceira pessoa) já que pelo laudo ele pesava 90 kg, e pela estatura dela, seria muito difícil conseguir arrastá-lo até a garagem”, explicou.
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