Kessler, de 91 anos, e Streletz, de 85, ambos condenados após a reunificação da Alemanha como os responsáveis pelas mortes de fugitivos na fronteira entre a Alemanha Ocidental e a Oriental defenderam a tese de seu livro "Ohne die Mauer hätte es Krieg gegeben" (Sem o Muro teria havido uma guerra, na tradução livre) de um centro cívico do antigo setor leste de Berlim.
Sem a construção do muro em 13 de agosto de 1961, teria ocorrido uma escalada da tensão entre o bloco ocidental e o comunista, o que teria gerado um conflito armado, afirmou Kessler, entre aplausos de alguns presentes e vaias de outros.
A decisão de construir o muro se deveu, além disso, a razões econômicas, já que desde a divisão da Alemanha entre as forças aliadas, ao término da Segunda Guerra Mundial, até 1961 2,9 milhões de cidadãos do lado orientais passaram para a parte ocidental, disse Streletz.
"Foi um fluxo muito valioso de nosso capital humano à Alemanha ocidental", acrescentou.
O Muro de Berlim foi derrubado em 9 de novembro de 1989.
O livro foi apresentado nesta sexta-feira pelos dois autores várias semanas após seu lançamento no final de abril.
O ato foi marcado por vaias e perguntas em tom crítico, enquanto do lado de fora do recinto várias pessoas protestavam contra a publicação do livro.
Segundo a editora Eulenspiegel, a primeira edição, composta de 3 mil exemplares, já está esgotada e se espera que a próxima saia à venda na semana que vem.
A apresentação oficial ocorreu nesta sexta-feira por coincidir com o dia em que os dois ex-militares foram detidos há 20 anos.
Kessler foi nomeado ministro da Defesa da DDR em 1985. Depois se tornou membro do Politbüro e ocupou ambos os cargos até dezembro de 1989, pouco depois da queda do muro. Foi condenado a sete anos e meio de prisão.
Streletz foi seu secretário de Estado e foi condenado a cinco anos.
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