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Cidades/Geral
Quinta - 19 de Maio de 2011 às 15:17

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Regulamentando alterações na Resolução 3.972, a Circular nº 3.535 (veja na íntegra no final do texto), aprovada na segunda-feira, 16, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com o intuito de aumentar a segurança, a transparência e a credibilidade dos cheques como forma de pagamento, determina que os bancos só poderão devolvê-los alegando falta de fundos ou conta encerrada quando não houver qualquer outro motivo para a devolução. Em caso de algum outro motivo para a devolução do cheque, como o preenchimento errado ou assinatura incorreta, tal motivo deve ser alegado para que se devolva.
De acordo com o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Célio Fernandes, de maneira geral, estas mudanças nas regras "devem ser mais sentidas em cidades menores que Cuiabá, onde o uso de cheques ainda é alto”. 

Otacilio Peron, advogado da CDL Cuiabá, acrescenta que estas regras abrem "brechas" para quem é mal intencionado. "A partir do momento que outros motivos passam a ser prevalentes à devolução por "sem de fundos", os de má fé buscarão  emitir com estes erros, visando acobertar a falta de dinheiro na conta".

Para Peron, o correto é que o banco seja obrigado a consignar o motivo (erros de assinatura e preenchimento) à constatação de sem fundos. "Da forma como foi colocada, as regraa em nada vão  ajudar à moralização do cheque e, ao contrário disto, se criou meios de legalizar a malandragem e esperteza. Com esta medida o BC deixou claro que quer extinguir aos poucos o instituto do cheque".
Em nota o BC explica que a medida vem para fazer com que as instituições financeiras se preocupem mais na hora de conferir o preenchimento de cheques para que seja feita a sua compensação. A última circular publicada também determina que para as localidades de difícil acesso o sistema de compensação de cheques por meio de imagem digitalizada pode entrar em vigor no prazo de 60 dias, diferente das outra cidade, onde o prazo é até 20 de maio. Com o novo sistema os cheques podem ser desbloqueados em até dois dias (1 dia para cheques superiores a R$ 300 e 2 dias para cheques inferiores a R$ 300) em qualquer lugar do país.

RESOLUÇÃO 3.972 - O advogado da CDL Cuiabá, Otacílio Peron, acrescenta que os estabelecimentos da Resolução 3.972 como um todo são muito benéficos para o Comércio. “As medidas influenciam para minimizar a circulação de cheques roubados/furtados e para que os consumidores voltem mais rapidamente ao mercado, devido ao direito do emitente a informações sobre a localização do seu cheque para resgatá-lo”, informa Peron. “No caso de inadimplentes de boa fé, que querem, realmente, reaver o cheque, o fato dos bancos terem a obrigatoriedade de informar nome e endereço do titular da conta na qual o cheque foi processado e devolvido, este terá acessibilidade para resolver seu problema e tirar seu nome dos bancos cadastrais (entre eles SPC) e do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF)”.

Peron destaca ainda o tópico da 3.972 que prevê “obrigatoriedade de os bancos tornarem explícitos os critérios para o fornecimento e uso do cheque e de manterem os correntistas orientados sobre as medidas cabíveis no caso de descumprimento da disciplina estabelecida, que devem estar previstas nos contratos de abertura de contas de depósitos. Devem ser incluídas nos contratos as regras para o fornecimento de folhas de cheques, que devem ter por base, entre outros aspectos, restrições cadastrais, histórico de ocorrências com cheques, suficiência de saldo, estoque de folhas de cheque em poder do correntista, registro no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e regularidade dos dados e documentos de identificação do correntista”. De acordo com ele, estas medidas valorizam o cheque e dão segurança aos lojistas.
TEXTO DA CIRCULAR 3.535                             
                                                     
                                                                    
Cria  motivo  de devolução  de  cheques,
altera  descrições  e especificações  de
utilização  de motivos já  existentes  e
altera  a  Circular nº 3.532, de  25  de
abril de 2011.                         
                                                                    
         A  Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão
realizada  em 13 de maio de 2011, com base nos arts. 9º e 11,  inciso
VI,  da  Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e tendo em conta  o
disposto no art. 19, inciso IV, da citada Lei, e na Lei nº 10.214, de
27 de março de 2001,                                                
                                                                    
         D E C I D I U :                                            
                                                                    
         Art.  1º  Os motivos de devolução de cheques a seguir passam
a ter as seguintes descrições e especificações de utilização:       
                                                                    
         I  -  motivo  13  -  conta encerrada,  a  ser  utilizado  na
devolução de cheque objeto de conta encerrada, na condição de não ser
aplicável a devolução por qualquer outro motivo;                    
                                                                    
         II  -  motivo 20 - cheque sustado ou revogado em virtude  de
roubo,  furto  ou  extravio de folhas de  cheque  em  branco,  a  ser
utilizado  na  devolução de cheque objeto de  sustação  ou  revogação
realizada  mediante apresentação de boletim de ocorrência policial  e
declaração  firmada  pelo correntista relativos ao  roubo,  furto  ou
extravio de folhas de cheque em branco;                             
                                                                    
         III  -  motivo  21  -  cheque sustado  ou  revogado,  a  ser
utilizado  na  devolução de cheque objeto de  sustação  ou  revogação
realizada  mediante  declaração firmada  pelo  emitente  ou  portador
legitimado, por qualquer motivo por ele alegado; e                  
                                                                    
         IV  -  motivo 28 - cheque sustado ou revogado em virtude  de
roubo,  furto  ou  extravio, a ser utilizado na devolução  de  cheque
efetivamente  emitido  pelo  correntista,  objeto  de   sustação   ou
revogação  realizada mediante apresentação de boletim  de  ocorrência
policial e declaração firmada pelo emitente ou beneficiário relativos
ao roubo, furto ou extravio.                                        
                                                                    
         Art.  2º   Fica  criado o motivo 70 - sustação ou  revogação
provisória, a ser utilizado na devolução de cheque objeto de sustação
ou revogação provisória, cujo prazo de confirmação não tenha expirado
e  cuja  confirmação  ainda não tenha sido realizada,  nas  condições
estabelecidas na regulamentação em vigor.                           
                                                                    
         Parágrafo  único.   A  sustação provisória  não  poderá  ser
renovada ou repetida em relação a um mesmo cheque.                  
                                                                    
         Art.  3º  As instituições financeiras sacadas devem observar
os  seguintes procedimentos em relação a cheque objeto de sustação ou
revogação:                                                          
                                                                    
         I  -  cheque objeto de solicitação de sustação ou  revogação
provisória não expirada e ainda não confirmada: proceder à  devolução
pelo motivo 70;                                                     
                                                                    
         II  -  cheque objeto de solicitação de sustação ou revogação
provisória expirada e não confirmada nos termos da regulamentação  em
vigor:   realizar  os  procedimentos  normais  aplicados  a   cheques
recebidos  para liquidação, considerando inexistente qualquer  pedido
de sustação ou revogação;                                           
                                                                    
         III  - cheque objeto de solicitação de sustação ou revogação
confirmada, apresentado pela primeira vez ou após ter sido  devolvido
pelo  motivo 70: proceder à devolução, conforme o caso, pelos motivos
20, 21 ou 28;                                                       
                                                                    
         IV  -  cheque  devolvido  anteriormente  pelo  motivo  21  e
reapresentado:  verificar  a  existência  de  eventual  anulação   da
sustação   ou   revogação   e,  em  caso  afirmativo,   realizar   os
procedimentos normais aplicados a cheques recebidos para  liquidação,
ou, caso contrário, proceder à devolução pelo motivo 43; e          
                                                                    
         V  -  cheque devolvido anteriormente pelos motivos 20 ou 28:
proceder à devolução pelo motivo 49.                                
                                                                    
         Art.  4º  O cheque sem fundos e o cheque sacado contra conta
de  depósitos  à  vista encerrada somente podem ser  devolvidos  pelo
motivo  correspondente,  bem como gerar  registro  de  ocorrência  no
Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), na condição de não
ser aplicável a devolução por qualquer outro motivo.                
                                                                    
         Art.  5º  O art. 4º da Circular nº 3.532, de 25 de abril  de
2011, passa a vigorar com a seguinte redação:                       
                                                                    
         "Art.  4º  Esta circular entra em vigor na data  de  sua   
         publicação, produzindo efeito a partir de 20 de maio  de   
         2011, quando ficarão revogadas:                            
                                                                    
         I  -  as  Circulares nº 772, de 8 de abril de  1983,  nº   
         1.584,  de 22 de fevereiro de 1990, nº 1.994, de  25  de   
         julho  de  1991,  nº 2.315, de 26 de maio  de  1993,  nº   
         2.398,  de  29 de dezembro de 1993, nº 2.444,  de  6  de   
         julho  de  1994, nº 2.557, de 20 de abril  de  1995,  nº   
         2.558,  de  20  de  abril de 1995, nº 2.644,  de  29  de   
         novembro  de 1995, nº 2.708, de 7 de agosto de 1996,  nº   
         3.103, de 28 de março de 2002, nº 3.118, de 18 de  abril   
         de  2002,  nº 3.141, de 1º de agosto de 2002, nº  3.149,   
         de  11 de setembro de 2002, nº 3.189, de 23 de abril  de   
         2003,  nº  3.440, de 2 de março de 2009, e nº 3.479,  de   
         30  de  dezembro  de  2009,  e as  Cartas-Circulares  nº   
         1.298,  de  30 de outubro de 1985, nº 2.699,  de  22  de   
         novembro de 1996, nº 2.836, de 10 de fevereiro de  1999,   
         nº  2.863,  de 9 de julho de 1999, nº 2.883,  de  1º  de   
         dezembro  de 1999, nº 2.966, de 5 de junho de  2001,  nº   
         3.114, de 31 de dezembro de 2003, e nº 3.411, de  26  de   
         agosto de 2009; e                                          
                                                                    
         II  -  os arts. 3º e 4º da Circular nº 2.313, de  26  de   
         maio de 1993." (NR)                                        
                                                                    
         Art.  6º   Os  arts. 5º, 25, 38, 42 e 43 do  Regulamento  da
Centralizadora de Compensação de Cheques (Compe), anexo à Circular nº
3.532, de 2011, passam a vigorar com a seguinte redação:            
                                                                    
         "Art.  5º   Ficam  obrigadas a participar  da  Compe  as   
         instituições  titulares de conta Reservas  Bancárias  ou   
         de  Conta de Liquidação, nas quais sejam mantidas contas   
         de  depósito  movimentáveis por cheque, ou que  emitirem   
         cheque administrativo.                                     
                                                                    
         .................................................." (NR)   
                                                                    
         "Art. 25. ..............................................   
                                                                    
         Parágrafo único.  Para efeito do disposto neste  artigo,   
         deve  ser  deduzido, do valor apurado para cada  dia,  o   
         valor total dos cheques sacados contra a instituição  de   
         valor  igual ou superior a R$5.000,00 (cinco mil reais),   
         que  transitem nas sessões de devolução, no  mesmo  dia,   
         pelos  seguintes motivos: sustado ou revogado em virtude   
         de  roubo,  furto  ou  extravio de folha  de  cheque  em   
         branco;  bloqueio  judicial  ou  determinação  do  Banco   
         Central  do  Brasil;  cancelamento  de  talonário   pelo   
         participante sacado; e furto ou roubo de malotes." (NR)    
                                                                    
         "Art. 38.  .............................................   
                                                                    
         Parágrafo   único.  Cheques  devolvidos  por   problemas   
         operacionais do remetente ou do destinatário  não  podem   
         ser  devolvidos ao cliente nem ter seu prazo de bloqueio   
         alterado." (NR)                                            
                                                                    
         "Art. 42. O cheque devolvido deve estar à disposição  do   
         cliente depositante na dependência de relacionamento  do   
         cliente em até:                                            
                                                                    
         I  -   dois  dias  úteis a partir do  fim  do  prazo  de   
         bloqueio,  no caso de depósito feito na mesma  praça  da   
         dependência de relacionamento do cliente;                  
                                                                    
         II  -   sete  dias  úteis a partir do fim  do  prazo  de   
         bloqueio,  no  caso de depósito feito em praça  distinta   
         daquela onde situada a dependência de relacionamento  do   
         cliente.                                                   
                                                                    
         Parágrafo  único. O cheque pode ser devolvido  em  outra   
         dependência,  que  não a de relacionamento  do  cliente,   
         mediante  acordo  entre o cliente  e  o  remetente,  não   
         estando  a  devolução do documento ao cliente sujeita  a   
         prazo regulamentar." (NR)                                  
                                                                    
         "Art. 43.  .............................................   
                                                                    
         .......................................................    
                                                                    
         §  2º  Até sessenta dias após a implantação da truncagem   
         de  cheques,  o  prazo de bloqueio do  valor  do  cheque   
         depositado é de até:                                       
                                                                    
         I  -  vinte  dias  úteis: em praça  de  difícil  acesso,   
         definida  no  manual  operacional  da  Compe,  e  sacado   
         contra  dependência  situada  em  praça  diversa  da  de   
         acolhimento;                                               
                                                                    
         II  -  quatro dias úteis: em praça de acesso normal  não   
         integrada, definida no manual operacional da Compe;        
                                                                    
         III  -  quatro  dias úteis: caso a praça da  dependência   
         sacada  ou de acolhimento integre o Sistema Nacional  de   
         Compensação, definido no manual operacional da Compe.      
                                                                    
         .................................................." (NR)   
                                                                    
         Art.  7º   Esta  circular entra em  vigor  na  data  de  sua
publicação.                                                         
                                                                    
         Art. 8º  Ficam revogados:                                  
                                                                    
         I  - as Circulares nº 2.655, de 17 de janeiro de 1996, e  nº
3.050, de 2 de agosto de 2001; e                                    
                                                                    
         II  -  os incisos III do art. 1º e II do art. 6º da Circular
nº  2.452, de 21 de julho de 1994, e o art. 4º da Circular nº  2.989,
de 28 de junho de 2000.





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