Alto preço para implantação dos projetos supervaloriza empreendimentos e dificulta revenda
Sustentabilidade no setor imobiliário ainda é um desafio em MT
O termo sustentabilidade tem ganhado espaço na sociedade. Entidades, órgãos governamentais e diversos setores empresariais têm difundido e discutido o tema, como forma de conscientizar a população e os consumidores. Ser sustentável significa buscar conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos naturais, para minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente.
No setor imobiliário a sustentabilidade tem sido estudada a fim de encontrar práticas de sustentáveis para serem implantadas nos empreendimentos. Apesar das discussões, o assunto ainda é um desafio para o setor. “O mercado está sensível sobre o tema. A construção de empreendimentos ecologicamente corretos tem um custo tecnológico alto. Outro problema enfrentado é a supervalorização do imóvel o que muitas vezes dificulta a venda do empreendimento”, explica o presidente do Sindicato do das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi- MT), Marcos Pessoz.
Segundo ele, mesmo sendo a sustentabilidade um tema bastante discutido, muitos consumidores ainda desconhecem sobre o assunto. Como consequência, não se atentam em optar por um empreendimento que adere às práticas sustentáveis na hora de procurar um imóvel. “O que a gente percebe é que ainda é pequena a preocupação do consumidor em verificar se o empreendimento está dentro das práticas sustentáveis”, avalia, destacando que essa realidade vai mudar aos poucos, graças à preocupação crescente com os problemas derivados do aquecimento global e da grande atenção que a questão do respeito ao meio ambiente vem levantando na opinião pública mundial.
O presidente ressalta que a principal fonte de atenção deve ser, sem qualquer sombra de dúvidas, a grande economia que é feita nas contas das concessionárias de serviços como a água e a energia elétrica. “Notamos que a construção de prédios que agridam o meio ambiente e que se tornem grandes fontes de problemas para os futuros moradores, já é vista com preocupação pela clientela mais abastada e mais instruída. Isso porque eles são capazes de perceber que futuramente podem ser responsabilizados por esses problemas e vir a serem obrigados a arcar com grandes custos de adequação do imóvel”.
Adaptação - Nos condomínios já existentes, síndicos e moradores podem tomar medidas sustentáveis para melhorar a qualidade e acessibilidade dos espaços, promovendo o conforto e o bem-estar dos condôminos.
Iniciativas como instalação ou utilização de meios para obtenção de energia alternativa como a solar e a eólica, colheita e aproveitamento da água da chuva para irrigação de jardins e para a higienização das áreas comuns e na limpeza de carros e calçadas, varrer calçadas e áreas externas do prédio no lugar de lavá-las são algumas das medidas que podem ser tomadas para deixar o condomínio mais verde, além da reciclagem de resíduos provenientes do lixo produzido nos apartamentos.
“Essas são medidas que podem representar uma enorme economia no custo com as contas do condomínio e representar um poderoso atrativo para compradores”, destaca Pessoz, ressaltando que também é preciso fazer um trabalhado de conscientização dos condôminos para que adotem as medidas.
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