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Quinta - 19 de Maio de 2011 às 09:16

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A família que protagoniza a trama do novo filme de Pedro Almodóvar, "La Piel que Habito" (a pele em que vivo), exibido na manhã de hoje na competição do Festival de Cannes, tem origem brasileira.

Durante entrevista coletiva, o cineasta espanhol disse que precisa criar uma família feroz, a começar pela mãe (vivida por Marisa Paredes), que "carregar a loucura em suas entranhas".

"Situei essa família no Brasil, primeiro, porque o país tem uma grande tradição de cirurgia estética. Um dos primeiros cirurgiões plásticos de que ouvi falar foi Ivo Pitanguy, que é brasileiro", disse o diretor, para explicar a origem do personagem de Antonio Banderas, um cirurgião que criar uma nova pele humana.

"Mas também quis dar essa origem brasileira porque eu precisava de uma família selvagem, que não tivesse a tradição cristã da punição, como temos nós, espanhois. Queria que fosse uma família de outra raiz, que fosse moralmente independente."

  Francois Guillot/France Presse  
O ator Antonio Banderas e o diretor Pedro Almodovar durante a divulgação de "La Piel Que Habito", em Cannes
O ator Antonio Banderas e o diretor Pedro Almodovar durante a divulgação de "La Piel Que Habito", em Cannes

FILME NOIR

Filme de gênero, que se situa entre o horror e o thriller, "La Piel que Habito" é uma nota dissonante na carreira de Almodóvar. Ele trocou a luminosidade de seu universo habitual pela atmosfera noir.

Tanto é assim que Antonio Bandeiras, que voltou a trabalhar com o cineasta depois de 20 anos, teve de se esforçar para encontrar um outro tom, uma outra expressão. E foi proibido de sorrir.

"Tive que trabalhar com a economia de gestos e interiorizar os sentimentos", descreveu o ator espanhol. "É um personagem incapaz de sentir a dor dos outros e eu precisava encarnar essa frieza absoluta. O espectador não fica aterrorizado pelas imagens. O horror se instala pouco a pouco. Há uma série de diálogos que são ditos de maneira natural, mas que são, na verdade, horripilantes."






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