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Internacional
Quarta - 18 de Maio de 2011 às 16:20

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A rainha Elizabeth II continuou nesta quarta-feira sua histórica viagem à Irlanda com vários atos simbólicos, como a homenagem aos irlandeses mortos que serviam ao Exército britânico e a visita ao estádio Croke Park, o palco do primeiro Domingo Sangrento, um dos eventos mais significativos da Guerra da Independência da Irlanda (1919-1921).

Se o dia de sua chegada a Dublin a soberana lembrou os heróis irlandeses nacionalistas que lutaram contra a dominação do Reino Unido, nesta quarta-feira fez o mesmo com os quase 50 mil que morreram nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Em um país que, frequentemente, não tratou as vítimas do conflito da mesma maneira que fez com seus revolucionários nacionalistas, o gesto da rainha reforçou o significado do propósito de sua visita, ratificar a normalização definitiva das relações entre ambas nações.

Entre os convidados da cerimônia, estavam dirigentes das igrejas católica e protestante, veteranos de guerra, ex-militares da Irlanda do Norte e representantes de todos os partidos irlandeses e norte-irlandeses, com exceção do Sinn Féin, antigo braço político do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA).

Já pela tarde, a soberana pisou, pela primeira vez, no gramado do estádio dublinense de Croke Park, palco do primeiro Domingo Sangrento e campo quase sagrado para o nacionalismo irlandês.

Entre fortíssimas medidas de segurança, a soberana chegou acompanhada pela presidente irlandesa, Mary McAleese, onde foi recebida pelo presidente da Associação Atlética Gaélica (GAA) - a proprietária do estádio -, Christy Cooney.

Já no campo, a rainha inspecionou um bastão de Hurling (jogo nacional irlandês de origem celta, semelhante ao hóquei) e conversou com jogadores do futebol gaélico, os dois esportes tradicionalmente irlandeses sob a tutela da GAA.

Na sala de troféus, Elizabeth II se reuniu com vários líderes da GAA, apesar de algum deles não assistirem ao encontro em protesto pela presença da soberana na Irlanda.

De fato, só um dos nove condados que compõem a província do Ulster, o condado norte-irlandês de Down, foi representado em Croke Park, apesar de que Cooney assegurou que a visita real demonstra o êxito do processo de paz na Irlanda do Norte.

Durante o Domingo Sangrento, forças paramilitares do Exército britânico entraram no campo e abriram fogo contra o público e os jogadores, que disputavam um jogo de futebol gaélico, o que causou 14 mortes, entre elas, as de três crianças, e dezenas de feridos.

Nessa mesma manhã, um grupo de homens do lendário dirigente do IRA, Michael Collins, conhecidos como o Grupo do Cairo, tinha assassinado a sangue frio 14 agentes britânicos em suas residências.

O fato é que a reação das milícias britânicas produziu um dos capítulos mais tristes e lembrados na Irlanda e reforçou, de quebra, o nacionalismo radical da GAA.

Por sua vez, a solenidade destas duas visitas contrastou com a dessa manhã, ao lado de seu marido Philip, duque de Edimburgo, ao museu da fábrica da cerveja Guinness, quando os dois se recusaram a provar a bebida.

O ""pint"" (equivalente a 473,176473 ml) foi servido pelo mestre cervejeiro Fergal Murray, uma das poucas pessoas que conhece a quantidade e tipo exato de lúpulo, malta de cevada e fermento contidos na fórmula secreta da Guinness.

Mesmo assim, os soberanos recusaram a degustação, talvez porque Philip brincou ao perguntar se a água usada na fabricação procedia do Liffey, o rio que percorre a capital irlandesa, quando, de fato, a água vem dos mananciais cristalinos das montanhas de Wicklow.

Elizabeth II concluirá a jornada com um jantar de Estado no Castelo de Dublin, sede do Governo britânico durante a ocupação da ilha da Irlanda, e à qual assistirá, entre outros, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.





Fonte: EFE

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