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Internacional
Quarta - 18 de Maio de 2011 às 14:57

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AP Photo/Dr. Michael miyamoto, MD
Os estudiosos escontraram indícios de aterosclerose em artérias coronárias da múmia da princesa Ahmose-Meryet-Amon
Os estudiosos escontraram indícios de aterosclerose em artérias coronárias da múmia da princesa Ahmose-Meryet-Amon
 
 
 

Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e do Egito anunciou que uma princesa do tempo dos faraós, que viveu há 3.500 anos, se tornou a mais antiga pessoa já diagnosticada com uma doença no coração.

Os cientistas, das Universidades da Califórnia e de Al-Azhar, do Cairo, realizaram no Egito exames de tomografia computadorizada em 52 múmias para descobrir mais sobre a saúde delas antes de morrer.

Uma das conclusões foi que, se a princesa Ahmose-Meryet-Amon estivesse viva, precisaria passar por uma cirurgia no coração. Os estudiosos encontraram indícios de aterosclerose (acúmulo de placas com gordura nas paredes internas) em artérias coronárias da múmia.

No total, em quase metade das múmias, os cientistas encontraram sinais da doença.

Segundo os pesquisadores, a descoberta de uma múmia tão antiga como a de Ahmose-Meryet-Amon com o problema indica que os males do coração, tão comuns na atualidade, antecedem em muitos séculos o estilo de vida moderno, a quem especialistas associam a proliferação da aterosclerose.

Nobreza

A princesa Ahmose-Meryet-Amon era de uma família nobre do Egito antigo. Ela viveu em Tebas, onde atualmente é a cidade de Luxor (sul do Egito), a partir de 1580 a.C. e morreu quando tinha cerca de 40 anos.

Gregory Thomas, da Universidade da Califórnia, falou sobre a provável época em que a princesa viveu.

- Não havia eletricidade ou gás naquela época, então, presumimos que ela teve um estilo de vida mais ativo. A dieta dela era significativamente mais saudável do que a nossa. Ela teria se alimentado de frutas e vegetais e os peixes eram abundantes no Nilo naquela época. A comida seria orgânica, e não havia gordura trans ou cigarro disponíveis naquela época. Mesmo assim, ela tinha esses bloqueios [nas artérias]. Isso sugere que existe um fator de risco para doenças cardíacas que não foi detectado, algo que causa [essas doenças], mas ainda não sabemos o bastante a respeito.

Sem patrocínio

Os pesquisadores afirmam que as descobertas não devem desacreditar as dietas e estilo de vida mais saudáveis.

- Algumas pessoas sugeriram que uma rede de lanchonetes está patrocinando nossas expedições ao Egito. Isso não é verdade. Estamos apenas dizendo que nossa princesa egípcia de 3.500 anos atrás mostra que doenças cardíacas podem ser parte do que é ser humano. Devemos fazer tudo o que pudermos para evitar problemas, mas não há razão para se culpar se você precisa de cirurgia cardíaca.

O trabalho da equipe de pesquisadores está paralisado agora, devido aos confrontos e instabilidade política no Egito. Mas eles esperam fazer mais expedições ao país se o novo governo autorizar.






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