Constancio deu estas declarações durante uma conferência celebrada em Bruxelas, na qual reiterou que "a reestruturação teria enormes consequências para o país".
As declarações do vice-presidente do BCE contrastam com a postura adotada recentemente pelos líderes europeus, que já começam a analisar algum tipo de "reestruturação suave" da dívida do país.
No entanto, Constancio ressaltou nesta quarta-feira que uma reestruturação no caso grego teria consequências "inclusive maiores" que em outros países, pelo fato de a Grécia ser uma nação desenvolvida e fazer parte da união monetária, o que aumentaria as possibilidades de contágio.
Além disso, segundo o vice-presidente do BCE, a Grécia enfrentaria maiores rebaixamentos da qualificação de sua solvência, dificuldades no setor bancário para financiar-se, além de uma profunda recessão.
"Basta olhar para os exemplos históricos dos países que, no final, como último recurso, tiveram que reestruturar sua dívida", disse Constancio, que acrescentou que "não há reestruturações em economias avançadas pelo menos desde a Segunda Guerra Mundial".
O banqueiro português ressaltou que "até agora, a conclusão do Fundo Monetário Internacional (FMI), do BCE e da Comissão Europeia (órgão executivo da UE)" é que a dívida da Grécia será sustentável se o país cumprir os ajustes, reformas e privatizações combinados.
O vice-presidente do BCE disse ainda que "há uma série de ajustes que a Grécia pode seguir para evitar que o pior aconteça".
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