Presidente sírio admite erros das forças de segurança contra manifestantes
O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, admitiu que as forças de segurança do país "cometeram alguns erros" ao lidar com os protestos populares contra o governo realizados desde março.
Os comentários de Bashar Al-Assad apareceram no meio de uma reportagem do jornal sírio Al-Watan, cujo assunto principal era um encontro entre o presidente e chefes tribais.
Grupos de defesa dos direitos humanos e a ONU estimam que cerca de 800 manifestantes foram mortos na repressão aos protestos, que exigem a saída de Assad, que está no poder há 11 anos. Antes dele, seu pai, Hafez Al-Assad, governou a Síria por 30 anos.
Segundo a notícia do jornal, Assad afirmou que o problema das forças de segurança era a falta de treinamento para lidar com eventos da dimensão dos protestos populares que vêm ocorrendo.
De acordo com o texto, Assad disse que os agentes de segurança receberão o treinamento adequado, e afirmou que a crise no país já foi superada pelo governo.
Segundo o analista de política árabe da BBC Sebastian Usher, os comentários de Assad representam um raro reconhecimento oficial sírio das falhas das suas forças de segurança.
Usher afirma que a sua fala não deverá satisfazer nem os insurgentes, nem os Estados Unidos. Ambas as partes dizem, segundo o analista da BBC, que a campanha de repressão violenta por parte do regime contra as manifestações não dá sinais de alívio.
Relatos de violência
Refugiados da Síria no Líbano relataram à BBC nesta quarta-feira que escaparam de episódios violentos na cidade de Tel Kalakh, que está sob o cerco das forças do governo por vários dias.
De acordo com as testemunhas, tanques dispararam contra suas casas e pessoas foram mortas a tiros quando tentavam fugir.
Nessa terça-feira, os Estados Unidos e a União Europeia alertaram que novas medidas seriam tomadas contra o governo da Síria caso ele continuasse com a repressão violenta contra os manifestantes.
Em território sírio, testemunhas e integrantes da Cruz Vermelha disseram à BBC que uma greve geral que tinha convocada para esta quarta-feira por um site de oposição a Assad parece não ter tido adesão significativa.
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