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Internacional
Segunda - 16 de Maio de 2011 às 07:58

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O mais esperado filme da competição desta 64ª edição do Festival de Cannes, "A Árvore da Vida", de Terrence Malick, começou com uma enorme fila de gente que ficou do lado de fora da sala --lotada às 8 da manhã-- e terminou com um embate entre vaias e aplausos.

Depois de 2h20 de projeção, a primeira reação foi a vaia de um espectador. Outros resolveram segui-lo. E então, como reação, outra parte da sala aplaudiu efusivamente o filme --o quinto de Malick em quatro décadas de carreira.

Em "A Árvore da Vida", filme que já tinha se tornado lendário antes mesmo de ficar pronto, pelo tempo que passou na montagem e pela sinopse misteriosa, Malick radicaliza suas experiências anteriores.

As longas tomadas da natureza, marca registrada do cineasta, estão ainda mais presentes, não só em forma de árvores e céu, mas também na forma de fogo e explosões que remetem à criação do universo.

Malick vai fundo também na religiosidade de seus personagens, uma família que vive no interior do Texas e que tem de lidar com a morte de um dos três filhos.

"É seu filme mais íntimo", disse a produtora Sarah Green.

Green, o produtor Bill Pohlad e o ator, e também produtor filme, Brad Pitt foram a voz de Malick na conferência de imprensa que aconteceu na manhã de hoje no Palais des Festivals.

"Ele é muito tímido. Nós falaremos por ele", respondeu Green, quando inquirida sobre a ausência do diretor, considerado um gênio excêntrico na indústria do cinema.

Depois de seu segundo longa-metragem, "Dias de Paraíso" (1979), considerado uma obra-prima, o cineasta norte-americano passou 19 anos sem filmar, até reaparecer com "Além da Linha Vermelha" (1998).

O mediador da mesa, provocador, virou-se para a equipe do filme e perguntou: "Bom, como nós nunca vimos o Terrence Malick, e provavelmente nunca veremos, eu queria perguntar se ele ri, se fala, se come...".

Brad Pitt atalhou: "Sim. E, olha, ele vai ao banheiro, inclusive. Ele ri a maior parte do tempo. Me parece que ele vive os seus dias com prazer e que ama verdadeiramente os seus personagens. Vivi uma experiência inesquecível nesse filme".

O CAOS EXISTENCIAL

"A Árvore da Vida" é um filme declaradamente "filosófico", no sentido de que se propõe a dar conta do sentido não só da existência humana, mas também da busca por Deus.

"Eu espero que esse filme fale a todas as culturas", disse Pitt, obviamente o mais requisitado da entrevista.

"A mãe [vivida pela atriz Jessica Chastan] representa a graça divina e o pai representa uma natureza mais agressiva", explicou o ator. "Isso pode parecer meio clichê, mas o filme desconstrói o sonho americano."

Pitt vive, na tela, o rígido M. O"Brien, um pai de família rígido e autoritário, capaz de afrontar o mundo para prover a família.

Sean Penn também tem um pequeno papel. Ele é o filho do personagem de Pitt na idade adulta.

MÃO BRASILEIRA

Dentre os cinco montadores creditados em "A Árvore da Vida", está o brasileiro Daniel Rezende, de "Cidade de Deus".

"Tivemos vários montadores porque o filme se estendeu por muito tempo", explicou a produtora Sarah Green. "Eles tinham outras coisas para fazer, tinham que voltar para casa, e então iam se dividindo. Mas todos trabalharam em todas as partes do filme.






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