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Internacional
Sábado - 14 de Maio de 2011 às 13:05

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A Síria afirmou neste sábado a retirada de suas tropas e tanques da cidade costeira de Baniyas e da área ao redor de Deraa, no sul do país, após suas operações destinadas a restabelecer o controle do governo sobre a região.

O governo sírio também anunciou que vai iniciar um diálogo nacional sobre reformas políticas nos próximos dias.

Na sexta-feira, seis pessoas teriam sido mortas após as forças de segurança abrirem fogo contra manifestantes que protestavam contra o governo após as tradicionais orações de sexta-feira.

O número de mortos é menor do que o registrado nos protestos realizados nas semanas anteriores, o que indicaria que a repressão do governo estaria perdendo força, mas alguns ativistas manifestam dúvidas sobre a sinceridade do governo na busca de diálogo.

MORTOS

Ativistas sírios dizem que pelo menos 700 pessoas já foram mortas em consequência da repressão ordenada pelo presidente sírio, Bashar al Assad, em resposta aos protestos contra seu governo, que começaram há dois meses.

Os relatos sobre a repressão na Síria são difíceis de verificar de forma independente, porque os jornalistas estrangeiros estão impedidos de entrar no país e de cobrir as manifestações contra o governo.

Um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou, porém, que o número de mortes divulgado pelos ativistas é factível.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) diz temer que centenas ou até mesmo milhares de pessoas tenham sido detidas na Síria nas últimas semanas.

O governo sírio diz que está buscando "gangues terroristas armadas", às quais responsabiliza pela morte de cerca de 98 soldados e membros dos serviços de segurança nacional e de 22 policiais.

MUDANÇA DE TÁTICA

Segundo o correspondente da BBC em Beirute Jim Muir, os acontecimentos dos últimos dias indicam uma mudança de tática pelo regime sírio.

Na quinta-feira, o governo anunciou ter dado ordens estritas às forças de segurança de que não abrissem fogo contra manifestantes na sexta-feira.

De maneira geral, a promessa foi cumprida, apesar de alguns casos isolados de repressão armada terem sido registrados.

A TV estatal pela primeira vez relatou os protestos, embora tenha relativizado o número de manifestantes, mostrado apenas imagens distantes de pequenas concentrações e mantido o som baixo para que não pudessem ser ouvidos os gritos de guerra, muitos deles pedindo a derrubada do regime.

Embora os manifestantes digam que os protestos --e a repressão-- continuam, o governo diz que a vida começa a voltar ao normal no país.

Ainda não está claro a quem a oferta de diálogo feita pelo governo foi dirigida e quem participaria dos debates.

Ativistas dizem suspeitar de que o governo mudou apenas cosmeticamente sua posição para reduzir as pressões externas, enquanto internamente mantém sua pressão sobre os opositores.

Eles pedem a libertação de milhares de presos políticos e a redução do poder dos serviços de segurança como demonstração de que o governo fala sério ao prometer reformas.






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