O histórico ex-líder Lee Kuan Yew anunciou neste sábado sua saída do governo de Cingapura, presidido por seu filho Lee Hsien Loong, com quem trabalhava no Executivo no cargo de ministro mentor. Também renunciou ao Gabinete o ministro Goh Chok Tong, que atuou como primeiro-ministro "ponte" entre Lee pai e filho, no período de 1990 a 2004.
"Estudamos a nova situação política e como achamos que pode afetar o futuro. Fizemos nossa contribuição ao desenvolvimento de Cingapura, mas chegou o momento de uma geração mais jovem levar o país adiante", assinalaram em comunicado conjunto os dois políticos, que, no entanto, se manterão como deputados no Parlamento. "Os jovens não devem se esquecer dos interesses da geração passada e cuidar bem dela", acrescentou a mesma nota oficial.
Lee Kuan Yew, de 87 anos, se transformou em 1965 - quando o território foi expulso da Federação da Malásia - no primeiro chefe de governo de Cingapura. Durante seu mandato, em apenas três décadas, Cingapura passou da condição de pequena cidade portuária a uma das economias mais prósperas do Sudeste Asiático, tornando-se conhecida como a "Suíça asiática". Advogado de origem chinesa, Lee Kuan Yew abandonou o cargo em 1990, cedendo-o a Goh Chok Tong, até que seu filho Lee Hsien Loong assumiu o governo em 2004.
Apesar da avançada idade, o carismático líder nunca quis abandonar o cenário político em Cingapura e continuou exercendo o poder, legitimado pelo cargo de "ministro mentor". O surpreendente anúncio de Lee Kuan Yew ocorre cinco dias após a vitória nas urnas da legenda governista Partido de Ação Popular (PAP), que conseguiu renovar a maioria das cadeiras do Parlamento de Cingapura.
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