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Sábado - 14 de Maio de 2011 às 09:32

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O RPM lida com dois "fantasmas": ser a banda que teve o disco mais vendido no rock brasileiro e também ser a que teve a carreira sabotada por brigas internas, tanto no auge, nos anos 1980, como nas tentativas de "volta".

Paulo Ricardo, cantor e baixista, Luiz Schiavon, tecladista, Fernando Deluqui, guitarrista, e P.A., baterista, retomam agora novamente a formação original.

Depois de dois discos históricos, "Revoluções por Minuto" (1985) e "Rádio Pirata Ao Vivo" (1986), que juntos passaram dos 2,5 milhões de cópias vendidas, o RPM vai lançar novas músicas para download, deixando o CD "real", físico, para depois.

O primeiro lote de material novo, quatro canções, vai ser conhecido amanhã, durante o "Domingão do Faustão".

Na próxima sexta-feira, dia 20, o RPM faz show no Credicard Hall. Uma espécie de retorno "oficial" depois de se apresentar na Virada Cultural em São Paulo, em abril.

À Folha, Paulo Ricardo falou sobre como inserir o grupo no atual cenário pop.

Folha - Qual a diferença entre a volta de 2002 e este retorno?
Paulo Ricardo - O especial da MTV, em 2002, foi a realização de um sonho, trabalhar com sinfônica, mostrar para a geração MTV o que foi o RPM. O grupo acabou antes da emissora começar aqui.

Foi tudo ótimo, dois anos de shows. Mas na hora do repertório inédito, de um disco que daria sequência àquele, as coisas não estavam fluindo como têm de fluir.

E agora, está fluindo?
Sim, acertamos todos os detalhes. Eu e o Schiavon, um estimula no outro diferentes lados das nossas personalidades musicais. É muito particular essa coisa que é "o som do RPM".

Ele ainda existe?
Nós temos nossas limitações, mas, sem dúvida, existe algo que rapidamente você identifica como RPM.

As bandas de teclado tiveram um período muito ruim nos anos 1990, depois do grunge, do som de Seattle, a coisa da guitarra. Agora eu vejo em bandas como Killers, mesmo Coldplay e Keane, uma retomada do teclado.

Como é voltar ao palco?
Aquela coisa Peter Pan, daquela juventude rock and roll. O tempo passa e você está ali com aqueles caras, uma coisa quase de túnel do tempo, de cápsula, como se você pudesse congelar aquilo e o tempo não passasse.

Algo nostálgico?
Não temos nenhuma intenção nostálgica. Nunca fui ligado nessa coisa de anos 1980, evitei esse nicho.

Por que o download?
É irreversível no mercado. Então dividimos o lançamento em três partes. Vão ser CDs virtuais com quatro músicas cada, com capinha e letras, que poderão ser baixados de graça no site rpm.art.br.

Após o "Faustão", as quatro primeiras vão para a rede. Em agosto, talvez setembro, juntamos no CD convencional, nas lojas.

Como é o novo repertório?
Os shows, dirigidos pelo Ulysses Cruz, vão ter as quatro inéditas. A primeira, que está indo para as rádios, é "Dois Olhos Verdes". Depois tem uma que tocamos na Virada Cultural, "Crepúsculo".

A terceira se chama "Muito Tudo" e a quarta é "Ela É Demais (Pra Mim)". Eu e Schiavon produzimos o disco, que deve se chamar "Elektra".

Quem irá aos shows?
Sou conservador na expectativa do público. A gente optou pelo Credicard Hall pela configuração de mesas.

No início, estamos preparados para receber o público de 35 a 45 anos que curtiu o RPM, mas que já não tem saco para pisar na lama. Quer deixar o carro com o manobrista e pedir seu uisquinho. Depois, que venha a moçada.

RPM
QUANDO sexta, dia 20, às 22h
ONDE Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, tel. 0/xx/ 11/4003-6464)
QUANTO de R$ 70 a R$ 120
CLASSIFICAÇÃO 12 anos






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