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Segunda - 30 de Dezembro de 2013 às 09:44
Por: Caetanno Freitas

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Três anos de governo e um 2014 decisivo pela frente. Antes de fechar 2013, o chefe do Palácio Piratini concedeu entrevista ao G1 e avaliou erros e acertos como governador do Rio Grande do Sul. Tarso Genro, ex-ministro da Justiça, afirma que seu maior equívoco nesse período foi não ter determinado um “pente-fino” nos contratos rodoviários do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Em contrapartida, elege o programa RS Mais Igual como o principal feito de sua gestão. Tarso também garante que vai observar de perto a lei que regulamentou a distribuição e o cultivo de maconha no Uruguai, país que faz fronteira com o RS.


 
Amigo do presidente Pepe Mujica, o governador não teme que a medida afete os limites da Federação e traga reflexos negativos para o Brasil. Tarso Genro diz estar de cabeça aberta para os efeitos da nova lei em solo uruguaio. Segundo ele, a maconha é uma “droga leve” e o consumo é considerado “um hábito social da classe média”.


 
“O trânsito de drogas na fronteira tem sido combatido, acredito que não vá influenciar em nada. Não falta maconha no Rio Grande do Sul. Nem aqui, nem em nenhum outro lugar do mundo. As pessoas pensam na maconha de uma forma tranquila. Hoje o consumo é considerado um hábito social da classe média e a questão não está no trânsito da droga, mas na clandestinidade. A maconha é uma droga leve”, opina.


 
Tarso Genro


 
“Acho que esta experiência do Uruguai vai nos ajudar a saber se é uma medida efetiva ou não. Precisamos observar com muita tranquilidade e verificar se é uma coisa boa a ser adotada por todos os países. Não sou usuário, nem defendo o consumo. Acho que a maconha faz mal para a saúde.



Também não sou contra a legalização, mas a favor da descriminalização do usuário, tratando isto como uma questão de saúde pública e não uma questão penal”, sustenta. “Sou a favor de um combate frontal, pesado, ao tráfico de drogas. Provoca violência, corrupção. Agora, se o tráfico diminuir no Uruguai, com certeza, é uma medida que pode beneficiar a todos”, diz.


 
Entre as principais decisões tomadas ao longo desses três anos, Tarso admite que a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) foi uma severa mudança política para o estado. Desde o governo de Antônio Britto (1998), quando os pedágios foram instituídos, não houve nenhuma alteração significativa. Porém, um ano após ter obtido na Justiça o direito de assumir oito praças de pedágio, a EGR ainda abre espaço para contestações. Protestos de moradores, falta de guinchos e estradas esburacadas estão entre os principais problemas.


 
“Acho que a EGR conseguiu cumprir satisfatoriamente sua proposta. Agora está se aperfeiçoando. Ocorre que esses buracos já existiam antes. Fomos herdeiros de um ramal de estrada que está muito mal cuidado. Estamos recuperando”, diz o governador. “Temos de compreender que esta questão dos pedágios é um esquema de poder político. Uma grande articulação que veio do governo Brito, que passou aos governos que o sucederam. Envolvia empresas concessionárias, apoio político, interesses econômicos. Vamos manter a EGR com pedágios 30% mais baratos e com um serviço melhor.”


 
Tarso cita ainda três exemplos favoráveis à instituição da EGR. “Rebaixamos o valor dos pedágios. A comunidade está gratificada, teve um impacto significativo na economia do estado. Acabamos com o polo de Farroupilha, na Serra. E estamos devolvendo para uso livre da população um conjunto de estradas que estava em poder do governo federal, que caiu com as decisões que tomamos. Então foi uma medida acertada. Temos, sim, problemas a resolver, mas não tenho a menor dúvida de que esta política foi correta”, defende.


 
Em relação aos erros de governo, Tarso foi enfático e elegeu os contratos do Daer como principal problema nos últimos três anos. “Todo governo comete erros. Acho que deveríamos ter revisado os contratos do Daer. E isto não foi feito. Naquele momento, tínhamos um secretário que entendia que os contratos deveriam ser mantidos. Estou convencido de que se tivéssemos feito naquela época o que fizemos agora, estaríamos muito mais avançados. Acho que poderíamos ter feito diferente. O erro foi não ter realizado imediatamente as revisões contratuais que o Daer necessitava”, ressalta o governador. “Acho que o programa RS Mais Igual, que já tirou 62 mil famílias da miséria absoluta, pode ser considerado um acerto, uma grande estratégia do nosso governo”, acrescenta.


 
Questionado sobre a nova lei de prevenção contra incêndios no Rio Grande do Sul, sancionada na quinta-feira (26), Tarso afirma que a fiscalização deve ser amparada pela consciência social para evitar futuras tragédias, como a da boate Kiss, em Santa Maria. “Temos de saber que, por mais que se aperfeiçoem as técnicas de controle, se não tivermos consciência da sociedade e dos próprios empresários, não conseguiremos avançar. A preocupação tem de ser compartilhada por todos”, completa.




Fonte: Do G1 RS

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