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Internacional
Sábado - 14 de Maio de 2011 às 07:10

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Após dez horas de debates, o Parlamento do Paquistão aprovou uma resolução na manhã de sábado no horário local (noite de sexta em Brasília) exigindo que o governo crie uma comissão independente para investigar a operação dos EUA que matou o terrorista Osama bin Laden e adote medidas para que ações do tipo não voltem a ocorrer.

Os parlamentares paquistaneses pediram ainda o fim dos ataques com aviões não tripulados americanos em operações contra o Taleban.

"Esses ataques com aviões não tripulados devem cessar. Do contrário o governo dever ser obrigado a considerar as medidas necessárias, incluindo a retirada das permissões de trânsito da Otan [ao Afeganistão]", exigiram os congressistas no texto aprovado.

Somente no ano passado as quase cem investidas dos "drones", aviões não tripulados americanos, mataram cerca de 670 paquistaneses, indicam fontes militares.

A decisão do Parlamento paquistanês chega um dia após o atentado em Charsada que matou ao menos 80 pessoas, reivindicado pelo Taleban como "primeira ação de vingança pelo mártir Osama bin Laden".

Arte/Folha

O ataque ocorreu quando recrutas do Corpo de Fronteira, unidade paramilitar comandada pelo Exército que patrulha as áreas tribais, saíam para uma licença de dez dias.

"Foi horrível. Primeiro houve uma explosão menor, quando os cadetes entravam em vans, depois uma grande explosão", afirmou por telefone à Folha o comandante local, Akbar Hoti.

Ele tem dúvidas, contudo, de que o ataque tenha algo a ver com vingança pela morte de Bin Laden em uma operação norte-americana na cidade de Abbottabad no dia 2. "Temos isso aqui todos os dias", disse.

  Umar Qayyum/Associated Press/Xinhua  
Paramédicos atendem vítima de atentado duplo a centro de treinamento militar no Paquistão
Paramédicos atendem vítima de atentado duplo a centro de treinamento militar em uma área tribal do Paquistão

Ao menos 100 pessoas ficaram feridas, a maioria jovens recrutas e transeuntes. É o ataque mais violento desde a morte de Bin Laden, e ocorre no dia em que o comandante do Exército. Ashfaq Kayani, irá falar ao Parlamento paquistanês sobre as responsabilidades dos militares no caso. O terrorista foi morto a menos de dez minutos da principal academia do Exército do país.

Segundo comunicado do Taleban paquistanês, haverá mais atentados no país e também no Afeganistão. O grupo, liderado por Hakimullah Mehsud, é associado ao Taleban afegão, mas é mais uma questão de uso da "marca". O Taleban afegão é visto como aliado das forças de segurança paquistanesas, enquanto seu primo local as ataca com regularidade.

Desde que intensificou suas ações, em 2007, mais de 4.000 pessoas morreram em atentados no país. O governo conta, desde o 11 de Setembro, 30 mil mortos por conta dos desdobramentos do que era chamado antigamente de "guerra ao terror".






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