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Nacional
Sexta - 13 de Maio de 2011 às 22:24

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Os repasses do Tesouro Nacional ao BNDES este ano na forma de empréstimos em títulos devem ficar abaixo dos 55 bilhões de reais programados para o financiamento de investimentos, afirmou à Reuters o secretário Arno Augustin.

O fato de o governo não ter feito nenhum repasse ainda até maio mostra que a demanda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social não está tão forte, "o que é bom", disse.

"Pode ser que fique uma parte para o ano que vem, hoje eu diria até que é o mais provável. Mas vamos ver, não há nenhum problema se tiver que utilizar todo o valor", afirmou.

A presença ainda forte do setor público no crédito tem sido criticada por economistas, em um momento em que o país enfrenta pressões inflacionárias e o foco é no desaquecimento da demanda.

Após o agravamento da crise global, em 2008, o governo passou a fazer repasses vultosos ao BNDES em um esforço para evitar queda acentuada dos investimentos. Esses aportes estão desacelerando, mas críticos afirmam que os volumes ainda elevados programados para este ano podem anular os efeitos do anunciado corte de 50 bilhões de reais nos gastos do governo.

"A gente faz o repasse dentro da programação do banco, das suas necessidades, eventualmente pode ser mais rápido ou não, dependendo da própria velocidade dos empréstimos que o BNDES faz, do seu fluxo", disse Augustin.

Segundo ele, o objetivo do governo é reduzir sua participação nesse mercado, mas o secretário ressaltou que esse processo precisa ser bem conduzido para não afetar o patamar dos investimentos.

"Nós vamos sair sem diminuir o investimento, ou seja, nossa avaliação é que tem que ser muito cuidadoso nessa saída."

Em 2009 e 2010, os repasses de títulos públicos pelo Tesouro ao BNDES somaram 100 bilhões de reais e 105 bilhões de reais respectivamente.

O valor do ano passado inclui um empréstimo de 24,7 bilhões de reais vinculado à operação de capitalização da Petrobras. Em março último, o Tesouro repassou o equivalente a 5,25 bilhões de reais em títulos ao banco de desenvolvimento em operação ainda relacionada à capitalização.

Do total de 55 bilhões de reais previsto para aumentar a capacidade do banco de financiar investimentos em infraestrutura, ainda não houve repasses. Augustin afirmou que "possivelmente" algo deve ser feito ainda neste semestre.

CAPTAÇÕES NO EXTERIOR

Augustin afirmou que é "muito provável" que o Tesouro volte a vender títulos no mercado externo referenciados em reais neste semestre, mas a decisão dependerá das condições do mercado.

Ele afirmou que as taxas demandadas pelo mercado estão sendo afetadas para cima pelo fato de haver uma menor expectativa de valorização do real.

"Nossos títulos estão bem cotados, as taxas são, proporcionalmente a outros países, boa, mas o titulo em real tem uma vinculação muito forte com o câmbio. Então quando deixa de haver uma expectativa de valorização tão forte, ele tende a não ter taxas tão baixas", afirmou.

O real caiu quase 5 por cento nas últimas semanas depois de se aproximar de seu patamar mais alto frente ao dólar em 12 anos .

A última emissão do Brasil no exterior foi em outubro do ano passado, quando foram vendidos o equivalente a 1,1 bilhão de reais em títulos de 18 anos referenciados em reais. Com a operação, o Tesouro quebrou um jejum de três anos nas emissões denominadas na moeda local.

Na ocasião, Augustin afirmou que pretendia aumentar o ritmo dessas captações para estimular o desenvolvimento de uma alternativa para os investidores que aplicavam na dívida interna.

O secretário afirmou nesta sexta-feira que a intenção está mantida.

"Quando a gente achar que é o momento, a gente vai lançar de novo".





Fonte: Reuters

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