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Internacional
Sexta - 13 de Maio de 2011 às 13:28

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Entre 700 e 850 pessoas já foram mortas pelas forças de segurança da Síria durante os protestos populares contra o governo do país, segundo afirmou nesta sexta-feira um porta-voz das Nações Unidas.

Ainda no mesmo dia, manifestantes sírios voltaram às ruas após as orações de sexta-feira, exigindo a saída do presidente Bashar Al-Assad. Relatos indicam que, desta vez, as forças do governo foram mais comedidas do que em episódios anteriores.

Rupert Colville, porta-voz do alto comissário da ONU para Direitos Humanos, afirmou que o número de vítimas citado pelas organizações não-governamentais (ONGs) na Síria, que fica entre 700 e 850, é "muito provavelmente verdadeiro".

"Nós novamente pedimos que o governo tenha moderação e pare de usar a força e prisões em massa para silenciar seus oponentes", disse Colville a jornalistas em Genebra, na Suíça.

Os protestos contra Assad, que está no poder há 11 anos, começaram no último dia 15 de março. Testemunhas e grupos de defesa dos direitos humanos acusam as forças de segurança sírias de abrir fogo contra os manifestantes, usando munição real.

Além disso, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha estima que milhares de pessoas tenham sido detidas pelas forças de segurança na Síria. O governo, por sua vez, diz que está enfrentando "gangues de terroristas armados".

Nesta sexta, no entanto, os relatos dão conta que os agentes do governo lançaram bombas de gás lacrimogêneo e deram tiros para o alto para afastar a multidão, mas não dispararam diretamente contra os manifestantes.

Novos protestos

O correspondente da BBC em Beirute (Líbano) Jim Muir afirma que milhares de pessoas deixaram as mesquitas, após as orações da sexta-feira, e voltaram às ruas em diversas cidades da Síria, pedindo a derrubada do governo.

Na cidade curda de Qameshli, no nordeste do país, manifestantes levavam uma grande bandeira com a palavra "Liberdade" estampada, em curdo. Hama e Homs são outras localidades onde a população saiu para protestar contra o presidente.

Na capital do país, Damasco, Muir afirma que, segundo testemunhas, prisões foram feitas durante um protesto no subúrbio de Douma. Já na localidade de Daraya, a oeste da capital, a polícia usou gás lacrimogêneo contra os participantes.

Já na cidade de Deraa, ao sul, relatos indicam que as forças de segurança deram tiros para cima para dispersar a multidão. Deraa é um dos principais palcos de manifestações desde o início do levante.

""Agrupamentos limitados""

A rede de TV estatal síria informou que "agrupamentos limitados" ocorreram em algumas áreas, e que as forças de segurança estavam prontas para garantir a proteção do público.

Ainda não há informações sobre mortos nas manifestações desta sexta-feira. O repórter da BBC diz que Assad teria dado ordens específicas proibindo os agentes do governo de atirar contra os manifestantes.

Nesta quinta-feira, um líder da oposição disse à BBC que, segundo a conselheira do presidente Buthaina Shabaan, as forças do governo não atirariam contra as multidões.

 






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