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Internacional
Quinta - 12 de Maio de 2011 às 12:46

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Os serviços secretos do Paquistão (ISI) tacharam nesta quinta-feira de "delito" a operação americana que matou Osama Bin Laden e condicionaram os interrogatórios que os Estados Unidos querem fazer com as três viúvas do líder da Al Qaeda à "autorização" de seus países de origem.

Em declarações à Agência Efe, um alto cargo do ISI censurou o fato de os EUA estarem "divulgando mensagens pela imprensa" e revelou não ter recebido nenhuma solicitação formal americana para interrogar as três viúvas de Bin Laden que permanecem sob custódia paquistanesa.

"Se fizerem a solicitação, o procedimento é pedir permissão aos países de origem. Se for autorizado, eles terão acesso", explicou a fonte respondendo as perguntas dos jornalistas, como anunciou a imprensa norte-americana.

Consultada pela Efe, a porta-voz de Relações Exteriores paquistanesa, Tehmina Janjua, também afirmou que seu Governo não recebeu nenhuma solicitação.

Um alto cargo do ISI, que pediu anonimato, admitiu a custódia das três viúvas no Paquistão, uma delas é iemenita. Com relação às outras duas, ele não confirmou nem desmentiu que as outras duas sejam sauditas, como a imprensa especula.

Na casa onde vivia Bin Laden, na cidade de Abbottabad, próximo de Islamabad, os paquistaneses encontraram também entre nove e 11 menores que seguem sob custódia, "a maioria filhos ou filhas" do líder da Al Qaeda, informou a fonte, embora a imprensa apresente muitas versões sobre o número de familiares e suas identidades.

O alto cargo do ISI informou que uma das filhas de Bin Laden, com idade entre 12 e 13 anos, viu o pai ser assassinado, mas não quis comentar se o crime ocorreu a sangue frio.

"Não posso fazer comentários sobre isso", declarou o agente, que não mediu palavras para definir como "delito" a operação americana para matar Bin Laden em território paquistanês, em particular a violação do espaço aéreo.

O Governo paquistanês evitou nos pronunciamentos de seus porta-vozes e de representantes do Ministério de Exteriores de tachar de ilegal o ataque americano a Bin Laden.

A fonte do ISI sustentou que os agentes especiais dos Estados Unidos deixaram a casa levando duas pessoas: Bin Laden, que está morto, e uma segunda que não foi identificada.

Perguntado se poderia ser o filho mais novo do líder da Al Qaeda, Hamza Bin Laden, o agente não quis responder, apenas semeou a dúvida publicada na imprensa norte-americana de que ele poderia ter conseguido fugir da casa.

Admitiu que a família de Bin Laden vivia há anos na casa - cinco, segundo algumas versões - que fica na localidade perto da academia de cadetes de Kakul, mas apontou que talvez esse não fora o caso do líder da Al Qaeda.

"Não conheço de forma oficial os resultados do interrogatório dos detidos, mas é possível que os familiares vivessem ali há mais tempo do que Bin Laden. É uma possibilidade", deslizou.

O agente não revelou as identidades e os nomes dos detidos, mas a imprensa paquistanesa divulgou imagens do passaporte da viúva iemenita de Bin Laden, Amal Ahmed Abdulfatah Al Sadah, de 29 anos, e que foi a que supostamente recebeu um tiro na perna durante o ataque das forças especiais dos EUA.

Durante os últimos dias, paquistaneses protestaram pela atitude dos EUA e lançaram mensagens ambíguas sobre se é certo ou não as viúvas serem interrogadas pelos norte-americanos.

Para uma fonte de segurança ocidental consultada pela Efe, os protestos são "para consumo interno", ou seja, para que a população perceba que o Paquistão não se dobra as exigências dos EUA.






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