Após ter registrar déficit de US$ 3,8 bilhões na balança de comércio bilateral com o Brasil - a Venezuela exportou aos brasileiros em 2010 cinco vezes menos que as empresas nacionais enviaram aos venezuelanos - o presidente Hugo Chávez desembarca em Brasília para, em visita oficial a partir desta terça-feira, buscar acordos vantajosos a Caracas, como parcerias binacionais na área de petróleo e energia, projetos que, nos moldes do programa Minha Casa Minha Vida, permitam diminuir na Venezuela o déficit de habitação popular, além de protocolos sobre agricultura e desenvolvimento regional.
Visitante recorrente ao Brasil, Hugo Chávez será recebido, a pedido da própria Dilma, apenas com um almoço restrito na própria residência oficial do Palácio da Alvorada, em Brasília. O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério de Relações Exteriores, não será utilizado. Em uma cerimônia simplificada, Chávez subirá a rampa do Palácio do Planalto e manterá reuniões privadas e ampliadas com a presidente e ministros antes do almoço.
Em meio às negociações do Palácio Miraflores para ampliar as parcerias com o Brasil, a Venezuela, que passa por problemas de abastecimento de energia elétrica, também não deverá se furtar de discutir as pendências na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Empreendimento em parceria entre Brasil e Venezuela, o projeto ainda aguarda, até agosto, cartas de fianças bancárias do governo venezuelano, por meio da PDVSA, para serem oferecidas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como garantia. À Venezuela cabe assumir 40% do financiamento de R$ 9,89 bilhões concedido pelo banco brasileiro de fomento ao projeto da Refinaria Abreu e Lima.
A visita de Hugo Chávez ao Brasil - ele já esteve no País em 2011 na cerimônia de posse de Dilma - reforça a disposição do governo brasileiro de manter contatos estreitos com os vizinhos da região. A primeira viagem de Dilma Rousseff ao exterior desde que tomou posse foi para a vizinha Argentina. Nas próximas duas semanas, ainda irá a Assunção, no Paraguai, e a Montevidéu, no Uruguai.
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