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Segunda - 09 de Maio de 2011 às 17:21

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Um internauta causou grande expectativa e polêmica no Reino Unido ao divulgar no Twitter nomes de celebridades que, segundo ele, obtiveram liminares na Justiça para impedir a imprensa britânica de revelar detalhes sobre as suas vidas privadas.

Milhares de pessoas passaram a seguir o usuário no Twitter depois que ele prometeu identificar as celebridades, provocando problemas de navegação no site de microblogging. Na manhã desta segunda-feira, ele já contava com mais de 20 mil seguidores.

O usuário publicou os nomes de pelo menos duas celebridades em sua conta no Twitter, mas uma delas negou que tivesse obtido uma liminar para restringir a divulgação de informações na imprensa.

Diversas personalidades têm recorrido à Justiça britânica para proibir jornais e revistas de noticiarem informações sobre suas vidas privadas. Algumas das decisões --conhecidas como "superliminares" - impedem inclusive que a imprensa britânica noticie que a liminar foi concedida.

As superliminares provocam polêmica no país. Alguns jornais britânicos afirmam que cabe ao Parlamento - e não à Justiça - a tarefa de regular a imprensa e as leis sobre privacidade.

Também há incerteza sobre o escopo das liminares e superliminares. Alguns advogados avaliam que elas se aplicam apenas a meios tradicionais de imprensa --como rádio, jornais, revistas e televisão --e não às redes sociais-- como o Twitter.

TWITTER

A socialite britânica Jemima Khan estava entre as celebridades acusadas pelo usuário do Twitter de obter liminares na Justiça.

Ela negou a alegação usando sua própria conta no Twitter: "Boatos de que eu obtive uma superliminar impedindo a publicação de fotos "íntimas" minhas com (o apresentador de televisão) Jeremy Clarkson. NÃO É VERDADE!"

Recentemente, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, manifestou preocupação com a concessão cada vez mais corrente de liminares de censura à imprensa.

A advogada Charlotte Harris, que trata de casos envolvendo imprensa e privacidade, critica os jornais --sobretudo os tabloides-- que usam o Twitter como ferramenta para contornar liminares e superliminares.

"Você deveria poder encerrar uma relação com alguém, seja casado ou não, sem que a outra pessoa diga "agora eu vou conversar com um tabloide e vou destruir sua vida, vou contar todos os detalhes íntimos a seu respeito"", disse Harris. "Você deveria ter alguma forma de se proteger disso."

Um comitê do Poder Judiciário britânico está preparando um relatório sobre o tema, que deve ser apresentado no final deste mês.






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