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Policia MT
Segunda - 09 de Maio de 2011 às 15:44

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Arquivo/Mídia News
Delegado Pieroni: suspeito de manipular investigação para beneficiar acusado de assassinato
Delegado Pieroni: suspeito de manipular investigação para beneficiar acusado de assassinato

O delegado Márcio Pieroni e o empresário Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, foram presos nesta segunda-feira (9), por determinação da 7ª Vara Federal de Mato Grosso. As prisões preventivas acataram um pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Pieroni e Josino também foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, fraude processual, interceptação telefônica para fins não autorizados em lei, quebra de sigilo funcional e violação de sepultura. Também foram denunciados o irmão de Josino, Cloves Luiz Guimarães, Gardel Tadeu Ferreira de Lima e o detento Abadia Paes Proença.

Segundo o MPF, o delegado e o empresário são acusados de simular uma investigação paralela comandada pelo primeiro acusado, para levantar suspeitas das provas que subsidiam o processo judicial, em trâmite na Justiça Federal. Ação essa em que Josino irá a Júri Popular pelo assassinato de Leopoldino.

Suposta investigação

Para iniciar uma investigação paralela, Pieroni relatou ao Juizado Criminal de Cuiabá, a existência de um falso crime de ameaça com objetivo de levantar dúvidas sobre a morte do juiz.

De acordo com a Polícia Civil, Abadia e sua ex-esposa, Luziane Pedrosa da Silva, estariam recebendo ameaças de José Roberto Padilha, para não revelar que o juiz estaria vivo e morando em outro país.

Segundo as informações, a ligação de Abadia com o caso se deve a uma suposta conversa de bar que ele teve com José Roberto Padilha da Silva, na qual este lhe revelou que Leopoldino, o magistrado que há mais de dez anos já tentava denunciar a compra e venda de sentenças no Judiciário mato-grossense, estava vivo.

Intimada para prestar depoimento ao delegado Márcio Pieroni, da Delegacia de Homicídios, Luziane confirmou que o magistrado está vivo. A partir daí, o delegado retomou as investigações sobre o caso.

Segundo o MPF, nesta investigação, depoimentos foram falsificados, realizaram-se interceptações telefônicas cujos diálogos foram orientados pelos réus, produziram-se laudos periciais por dentistas particulares para legitimar a fraude.

Um dos dentistas, nomeado por Pieroni para este fim, que realizou exame de arcada dentária recebeu de Josino R$ 2,5 mil pelo laudo, conforme confessado pelo próprio dentista, o qual entregou o comprovante de depósito ao MPF.

De posse desses depoimentos e laudos, Pieroni, em conluio com os demais réus, conseguiu na Justiça Estadual autorização para exumação dos restos mortais de Leopoldino com o objetivo de obter novo laudo odontolegista que colocasse em dúvida que o corpo enterrado não seria do juiz.

A farsa não obteve êxito graças à rápida intervenção dos Ministérios Público Estadual e Federal, que no mesmo dia da exumação obtiveram ordem judicial da Justiça Federal, para que todo o trabalho fosse interrompido.






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