EUA: jornal ultra-ortodoxo manipula foto e "tira" Hillary

A manipulação de uma imagem por um jornal voltado a judeus ultra-ortodoxos do bairro do Brooklin, em Nova York, provocou polêmica nesta segunda-feira nos Estados Unidos. O Der Zeitung decidiu estampar na capa de uma de suas recentes edições a fotografia que registra o acompanhamento por Barack Obama e sua cúpula de segurança da Operação Geronimo, responsável pela morte de Osama bin Laden, sem a presença da secretária de Estado, Hillary Clinton, e da diretora de Contraterrorismo, Audrey Tomason.

De acordo com o New York Times, por traz da edição há uma tentativa de abafar a participação feminina no episódio histórico devido a questões religiosas. O machismo é recorrente no Der Zeitung. Em outras oportunidades, diferentes mulheres foram retiradas de fotografias.

Um artigo do jornal britânico Daily Mail afirma que a publicação teria objetivos ideológicos que se opõem à presença de mulheres em cargos do alto poder. Eventuais gestos de conotação sexual também costumam provocar manipulações nas páginas do Der Zeitung.

Embora as autoridades americanas se recusem a detalhar o que exatamente ocorreu quando a fotografia foi registrada, jornais garantem que Obama foi capaz de monitorar a captura de Bin Laden em tempo real. A Casa Branca teria, inclusive, recebido atualizações de áudios e vídeos da mansão do terrorista, no Paquistão.

Osama bin Laden é morto no Paquistão
No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda.