"O consumidor vai planejar o orçamento e gastar mais... A renda ainda é maior que no ano passado e acreditamos firmemente em aumento da demanda este ano", disse o diretor de economia da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira, durante evento do setor nesta segunda-feira.
Em 2010, a alta disponibilidade de crédito levou a um consumo desenfreado pelas famílias, o que fez com que a população gastasse mais do que ganhava pela primeira vez desde 2006, segundo levantamento realizado pelas empresas de pesquisas Nielsen e Kantar, a pedido da Apas, e divulgado nesta segunda-feira.
De acordo com a pesquisa, no ano passado, o gasto médio mensal total do consumidor brasileiro foi de 2.171 reais, enquanto a renda ficou em 2.146 reais, sendo que 53 por cento das famílias do país se encontravam endividadas.
"O consumidor brasileiro aprendeu a conviver com a oferta de crédito disponível. Em 2010, o excesso de crédito disponível fez com que os consumidores tivessem mais despesas do que renda", afirmou Moreira, acrescentando que a população passou a "vislumbrar" o acesso a bens de maior valor agregado, como eletroeletrônicos, apostando em um cenário de estabilidade econômica.
Segundo ele, contudo, o equilíbrio deve começar a ocorrer este ano, sem que seja necessário "colocar rédeas" no consumo. A Apas considera a diferença apurada entre renda e gastos médios no ano passado como baixa e ajustável.
"O próprio consumidor vai corrigir essa rota. O governo já está tomando medidas para frear o consumo excessivo", acrescentou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.
"CLASSE C" AVANÇA
A pesquisa revelou ainda que, até o final de 2011, a população pertencente à classe C deve superar aquelas das classes D e E, pela primeira vez.
O levantamento estima que a classe C, hoje equivalente a 38 por cento da população, chegará a 41 por cento este ano, enquanto as classes D e E responderão por 36 por cento e A e B, por 23 por cento.
Segundo dados da Apas, em 2005, a classe C representava 33 por cento dos consumidores, saltando para 38 por cento ao final do ano passado.
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