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Saúde
Segunda - 09 de Maio de 2011 às 12:55

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Ativistas querem que pais sejam alertados sobre uma forma rara de câncer que pode ser detectada através de sinais no olho da criança.

O retinoblastoma, um tumor maligno da retina que afeta crianças com menos cinco anos de idade, pode levar à remoção do olho se houver demora no tratamento.
Detectar a presença do tumor o mais rápido possível pode acabar sendo decisivo - o que pode ser feito com ajuda de uma mera fotografia.

O sinal mais claro do retinoblastoma é um tipo de brilho branco na pupila do olho, causado pelo reflexo da luz do tumor na parte posterior do olho do bebê. Ele pode ser detectado em fotos do rosto da criança, especialmente quando a cor branca de um olho contrasta com a cor do outro olho.
Ali Fryer, mãe do pequeno Darcey, deve à observação de uma amiga o diagnóstico de sua filha de seis meses, que se deu em fevereiro.

"Uma ex-aluna de piano minha viu um pequeno brilho no olho direito de Darcey (em uma foto) e sugeriu que eu a levasse ao médico. Eu a levei na manhã seguinte e nosso médico nos conduziu diretamente para a emergência. Naquela tarde mesmo (o diagnóstico) foi confirmado"", conta a mãe.

Ali nunca havia ouvido falar dessa condição. Ela e seu marido não tinham ideia do futuro que seria reservado à sua filha. Foi uma época confusa e penosa.

"Se o tumor tivesse sido um pouco maior, o olho dela teria de ser removido. No momento há um chance de que em seis meses a quimioterapia possa salvar seu olho"", conta a mãe.

TRATAMENTO

Darcey foi submetida a quimioterapia e a exames regulares sob anestesia, para avaliar o seu progresso.

A criança conta com uma chance de 50% de manter o seu olho direito. Há o perigo de que o tumor se propague para o olho esquerdo - mas é raro que isso aconteça.

No momento, a quimioterapia vem reduzindo o retinoblastoma e Darcey está lidando bem com os efeitos colaterais.

A mãe conta que foram prescritos remédios que visam amenizar os efeitos colaterais do tratamento, como uma solução de lactose para combater a constipação, e "um creme maravilhoso para prevenir o ressecamento da pele e a perda de cabelo". "Bem, ela só tem alguns fios, de qualquer maneira", afirma Ali.

A família vem recebendo a visita de enfermeiras duas vezes por semana. Elas monitoram a quimioterapia e realizam testes sanguíneos.

No Reino Unido, a retinoblastoma afeta um em cada 20 mil bebês por ano e representa 3% dos tipos de câncer no país.

A boa notícia é que 98% das crianças submetidas a tratamento sobrevivem. Mas cerca de 80% das crianças afetadas acabam tendo o olho removido porque a maior parte dos casos não é diagnosticada cedo o suficiente.

PREVENÇÃO

Ashwin Reddy, cirurgião ocular infantil e perito em retinoblastoma do Royal London Hospital diz que o tumor é capaz de matar.

"Detectar o reflexo branco ou brilho branco no olho pode fazer uma diferença vital porque, assim, o tumor não vai estar tão evoluído e nós não seremos obrigados a remover o olho"", afirma.

A quimioterapia é o tratamento padrão para o retinoblastoma, mas também podem ser usados terapia a laser e radioterapia.

Um tipo relativamente novo de quimioterapia no qual medicamentos são submetidos diretamente ao olho por meio de uma artéria na perna evita as tradicionais complicações decorrentes da quimioterapia tradicional, que é aplicada através de uma linha intravenosa central.

Mas ainda não há garantias de que novos tratamentos sejam bem-sucedidos.

Crianças que acabam tendo de ter seu olho removido podem tê-lo substituído por um olho artificial aplicado seis semanas após a operação.
Ali Fryer adverte para a a necessidade de detectar os sinais da retinoblastoma ainda no estágio inicial.

"Se você constatar algo incomum no olho de seu bebê ou de sua criança, por favor leve-a ao médico. Pode muito bem não ser nada e você poderá permanecer tranquilo. Ou pode ser algo que exige tratamento. E se for retinoblastoma, você poderá salvar os olhos de sua criança, se não a própria vida dela."






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