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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 09 de Maio de 2011 às 00:23

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As batalhas entre as forças leais ao líder Muammar Kadafi e os combatentes rebeldes prosseguiram neste domingo (08) em todas as frentes do conflito na Líbia e, de forma esporádica, eclodiram também na capital, Trípoli, segundo a rede de televisão árabe Al Jazeera.

Alguns confrontos foram registrados neste domingo entre as forças de segurança e manifestantes opositores no bairro de Suq al Juma, no oeste da capital líbia, cidade que até o momento permanece sob controle de Kadafi e que quase não havia registrado focos de protestos, sufocados desde o princípio pelas forças do regime.

O Conselho Nacional Transitório (CNT), principal órgão dirigente dos rebeldes em Benghazi, não pôde confirmar essas informações, mas um morador de Suq al Juma, contatado por telefone, afirmou que a situação "não está nada boa" neste bairro, onde neste domingo o fornecimento de água foi cortado.

Segundo relatos de alguns cidadãos e das ONGs internacionais que conseguiram entrar na capital, começa a faltar de produtos básicos em Trípoli, sobretudo gasolina. Os preços de alguns alimentos, como açúcar e azeite, dispararam.

Situação parecida se vive em Misrata, assediada e bloqueada pelas tropas governamentais, que no sábado bombardearam os depósitos de combustíveis que abastecem a cidade, o que pode agravar a crise humanitária que atinge a terceira maior cidade da Líbia.

Os combates prosseguiram neste domingo em Misrata e voltaram a se concentrar no bairro de Burgueya, informa a Al Jazeera. Os rebeldes assumiram o controle deste bairro há dois dias, segundo confirmou o porta-voz dos rebeldes de Misrata em Benghazi.

No entanto, fontes insurgentes consultadas pela Efe explicaram que esta área não foi totalmente assegurada devido a sua localização. Burgueya fica nos subúrbios de Misrata e perto da principal base das tropas de Kadafi, de onde lançam seus ataques contra Misrata, cidade bloqueada há mais de dois meses.

Neste fim de semana, as tropas leais ao regime usaram caças para bombardear Misrata, violando a zona de exclusão aérea imposta sobre a Líbia pela resolução 1.973 do Conselho de Segurança da ONU, como confirmou Abdelhafid Ghoga, porta-voz e vice-presidente do CNT.

Já a televisão estatal líbia informou neste domingo que grupos de rebeldes de Misrata se renderam e se entregaram às tropas de Kadafi, contra as quais lutam há mais de dois meses.

Misrata é atualmente a única grande cidade em poder dos rebeldes no oeste da Líbia, região que permanece controlada pelo Governo desde o início das revoltas, no final de fevereiro. A terceira maior cidade da Líbia, com cerca de 400 mil habitantes, foi palco dos combates mais violentos e símbolo da resistência dos rebeldes.

Por sua vez, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atacou bases das tropas de Kadafi em Misrata, bem como na área de Yefren e Al-Hera, no oeste do país, na região das montanhas de Nafusa, anunciou a televisão líbia. Os aviões da Aliança também investiram contra posições pró-regime perto da localidade de Zintan, indicou a Al Jazeera, sem fornecer mais detalhes.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse neste domingo que a Otan manterá os bombardeios para forçar o cumprimento da resolução da ONU, que pede o fim de todos os ataques contra civis e o cessar-fogo imediato.

As forças de Kadafi mantiveram em aberto a frente no sudeste da Líbia, onde lançaram no sábado um ataque contra a cidade de Jalu, cujo controle é disputado há vários dias por rebeldes e tropas leais ao líder.

Abelhafid Ghoga afirmou que Jalu, assim como os demais oásis da região sudeste, "estão com a revolução" e seguem em poder dos insurgentes, mas as tropas do regime buscam repetidamente assumir o controle delas.

Ghoga garantiu que os rebeldes - tanto o Exército formado no leste da Líbia quanto os civis que se armaram - têm a capacidade de lutar em todas as frentes abertas na Líbia, mas voltou a pedir que a comunidade internacional envie armas ao movimento insurgente.

Por enquanto, não há nenhum país que tenha se mostrado disposto a isso. No entanto, Ghoga anunciou na noite de sábado que os rebeldes estavam em vias de obter armas da Itália, algo que o Governo de Roma rapidamente desmentiu.





Fonte: EFE

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