Argentinos e uruguaios aderem à Marcha da Maconha
Centenas de defensores da descriminalização da maconha realizaram neste sábado passeatas pela causa nas ruas de Buenos Aires e de Montevidéu, em apoio ao movimento internacional Marcha da Maconha, que, segundo os organizadores, promoveu manifestações em 40 países, incluindo o Brasil.
Na Argentina, 23 grandes cidades aderiram ao movimento. Na capital, cerca de mil de manifestantes marcharam da Praça de Maio, em frente à Casa Rosada --sede do Governo--, até o Parlamento, reivindicando também um "plano nacional de atendimento aos usuários, universal e gratuito".
Mas a prioridade do movimento é a "derrogação imediata" das leis que proíbem a posse de drogas e o cultivo da maconha para "acabar com a criminalização, discriminação e maus-tratos contra os usuários", afirmou aos jornalistas o ativista Matías Faray, que ficou 15 dias detido por cultivar a planta de cannabis.
Faray acusou as prisões argentinas de estarem "lotadas" de viciados ou consumidores esporádicos, enquanto os traficantes "estão enriquecendo".
"Descriminalizar o consumo é combater o narcotráfico", declarou à Agência Efe a deputada Cecilia Merchán, que, junto a sua colega Victoria Donda, é autora de um dos projetos de lei que tramitam no Parlamento argentino desde o ano passado.
A parlamentar destacou que "há vários projetos" em discussão, mas ainda não se constatam avanços. "De todos os processos na Justiça referentes a drogas, apenas 3% envolvem traficantes", criticou.
"É preciso reverter essa relação. Prendem-se os consumidores ou viciados, em vez de aprofundar a luta contra as facções de traficantes", exclamou a deputada.
URUGUAI
No Uruguai, os ativistas se concentraram no Parque Rodó, em Montevidéu, durante uma tarde de música e atividades centradas na reivindicação pela liberalização da maconha.
Os manifestantes uruguaios se mostraram satisfeitos com os últimos avanços sobre o tema no país, disse à Efe um dos porta-vozes da organização do movimento, Juan Vaz.
"Na realidade, acreditamos que seremos em breve o primeiro país latino-americano onde o cultivo da maconha será respaldado pela lei", afirmou Vaz, referindo-se às propostas que tramitam no Parlamento uruguaio para descriminalizar a droga.
"Nos sentimos como revolucionários que estão ganhando sua revolução. Estamos organizados e só reivindicamos mais garantias para o autoabastecimento de maconha. A verdade é que nossas exigências foram bem respondidas e o povo nos dá razão, a Justiça também e os deputados trabalham nisso", comemorou Vaz.
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